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Emoção na cerimônia virtual do Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania e Medalha Careli de Direitos Humanos

26/08/2020

A emoção tomou conta da cerimônia virtual do Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania e da Medalha Careli de Direitos Humanos. Promovido pela Asfoc-SN, em parceria com a Agência Servidores, o evento de ontem (25/08) exaltou o trabalho desenvolvido pelos servidores públicos da Fundação Oswaldo Cruz, e das pessoas e entidades de destaque na luta por saúde, cidadania e direitos humanos. Nesta edição ainda houve uma premiação especial pelos 120 anos Fiocruz de dedicação à Saúde, Ciência e Tecnologia, recebida pela presidente da Instituição, Nísia Trindade Lima.

Foram homenageados com o Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania o Coral Fiocruz; o sanitarista, sociólogo e professor emérito da Fundação, Arlindo Fábio Gómez de Souza; o coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, Antonio Ivo de Carvalho; a professora, nutricionista e ex-diretora da Escola Politécnica Joaquim Venâncio, Tânia Celeste Matos Nunes; a médica do Instituto Fernandes Figueira (IFF), Kátia Silveira; o médico e um dos líderes históricos da reforma sanitária, Nelson Rodrigues dos Santos; e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Coletivo Pretas Ruas e o Levante Popular da Juventude receberam a Medalha Careli de Direitos Humanos.

Na abertura do evento, o presidente da Asfoc, Paulo Garrido, e a vice, Mychelle Alves, chamaram a atenção para o lançamento da campanha de valorização da ciência em favor da vida, com divulgação de cards nas redes sociais. “Uma reafirmação de que aqui se defende a vida. Vida plena, distante da miséria material e moral”, afirmou Mychelle. “Reforço a questão da campanha de afeto e em defesa da vida. Faço um apelo, uma convocatória para divulgar nas páginas das redes sociais pessoais, perfis e capas do Instagram e Facebook. É importante e fundamental”, ressaltou Paulinho.

Em sua fala inicial, a presidente Nísia Trindade Lima elogiou a mensagem positiva e afetiva da direção do Sindicato, determinada pelo quanto “nosso sindicato participa da visão ampla da Instituição, em prol da defesa da ciência, da tecnologia e da inovação e do Sistema Único de Saúde”.

PRÊMIO SERGIO AROUCA - Na primeira homenagem, a coordenadora Maria Clara Barbosa disse que o Coral Fiocruz teve que se reinventar com ensaios virtuais e criação de vídeos após a pandemia. Ela ainda relembrou sobre duas grandes perdas. “A Covid nos levou a Tereza Cristina e a irmã, Maria Elizabeth Fernandes, duas queridas coralistas que estavam conosco desde a criação”, afirmou, emocionada, após receber virtualmente a homenagem do presidente Paulo Garrido.

O médico Nelson Rodrigues dos Santos relembrou a luta das antigas e novas gerações na defesa da saúde, e dividiu a homenagem com estes parceiros. “Estão na mesma militância, com a mesma coerência, construindo a cidadania através da saúde”, frisou. A presidente do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Lúcia Souto, entregou a premiação virtualmente e elogiou a “maneira como (Nelson) sempre conduziu profundamente a sua vida pública”.

Em relação ao homenageado Arlindo Fábio Gómez de Souza, foi lida ao vivo uma mensagem escrita pelo ex-diretor de Biomanguinhos Akira Homma. “Arlindo buscou sempre agregar, conciliar e buscar soluções e decisões coletivas, sem nunca abrir mão de suas convicções, buscando sempre melhorias das condições sociais e de saúde da população brasileira. (...) É preciso valorizar os nossos heróis. É preciso perpetuar o legado deles. Arlindo, símbolo de mudança, resiliência, competência, inteligência, determinação. Nosso reconhecimento”.

Antonio Ivo de Carvalho iniciou a fala afirmando do papel fundamental da Asfoc no processo democrático. Citou os 120 anos da Fiocruz e o desafio no enfrentamento da atual conjuntura tão desfavorável. “Nunca imaginamos que pudéssemos chegar de novo a esse momento depois de tantas lutas contra o autoritarismo no passado. Vida longa à Asfoc! Vida longa à Fiocruz! Vida longa ao SUS!”, desejou.

Na entrega virtual da homenagem, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão reconheceu a brilhante carreira do ex-diretor da Ensp, “com grandes contribuições à saúde brasileira e o merecidíssimo Prêmio Sergio Arouca para o meu amigo Antonio Ivo de Carvalho”.

A ex-diretora da Escola Politécnica Joaquim Venâncio Tânia Celeste Matos Nunes ressaltou que a premiação é a valorização do trabalho das pessoas, da construção social e da construção da reforma sanitária brasileira. “Portanto, dedico o prêmio a todos aqueles que, junto comigo, construíram o que temos hoje de patrimônio nacional: o SUS, a reforma sanitária brasileira e a nossa Fiocruz”.

Durante a entrega virtual do prêmio, o ex-presidente da Fiocruz Paulo Buss revelou do lado humanista da homenageada. “A característica veio da formação de professora. A visão carinhosa dos alunos, seres humanos em formação. Esse humanismo que ela carrega tem origem no berço, da casa da mãe”.

Paulo Buss ainda destacou as ações promovidas pelo Sindicato. “Admiro profundamente o trabalho que a Asfoc vem fazendo. Vai muito além de apenas uma representação institucional dos funcionários, uma representação sindical. O trabalho que a Asfoc está fazendo neste momento da pandemia, com as suas lives, com seu posicionamento firme, presente em todos os momentos em que são necessários, me faz afirmar o orgulho que eu tenho, me comove e me toma pela Asfoc”.

A médica do Instituto Fernandes Figueira Kátia Silveira considerou uma “grande honra ter sido indicada para a premiação junto a colegas e organizações com tão relevantes atuações na instituição e na sociedade”. E dedicou aos colegas de trabalho da Fiocruz e aos profissionais da linha de frente da saúde no combate à pandemia.

“Em um momento em que estamos, sob um governo descomprometido com o SUS, com a saúde e que visa retroceder os direitos conquistados pela população brasileira, para favorecer as camadas mais privilegiadas, eu destaco a importância da atuação da Asfoc e da Fiocruz, cada uma no seu âmbito específico, na defesa de políticas públicas, no enfrentamento da pandemia do coronavírus. Tudo isso só reforça o sentimento do orgulho de ser Asfoc, do orgulho de ser IFF, do orgulho de ser Fiocruz, do orgulho de ser SUS”.

Ao entregar simbolicamente o prêmio à Kátia Silveira, o ex-presidente da Fiocruz Paulo Gadelha destaca sua atuação “à excelência acadêmica associada ao compromisso social, à militância das boas causas (...) Parabéns para você, para a Asfoc e a todos que continuam militando na defesa da vida”.

O presidente da SBPC, Ildeu Moreira, falou sobre a relevância do Prêmio Sergio Arouca, por ele ser uma referência na ciência, na busca de melhores condições de vida dos brasileiros e na redução das desigualdades. “Foi uma referência muito importante, tanto com seu trabalho de sanitarista, como o seu trabalho na construção do SUS e o seu trabalho na Constituinte”.

Na entrega virtual do prêmio, Carlos Morel disse que a SBPC, “em alguns momentos, era a única voz que falava em um país dominado pelo medo, pela insegurança e perseguição. Hoje em dia, quando a gente vê que a verdade está sendo sabotada, que a saúde enfrenta uma crise sem precedentes, que a ciência é desestimulada e, por vezes, perseguida nas universidades, a Asfoc faz uma ação muito significante, relevante, que é dar o prêmio à SBPC”.

MEDALHA CARELI – A primeira homenagem com a Medalha Careli de Direitos Humanos foi para o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Na ocasião, o representante Humberto Palmeira relembrou a cooperação com o Sindicato. “A Asfoc é uma parceira do MPA, das lutas, da construção cotidiana do movimento popular no estado do Rio de Janeiro, e nos sentimos muito honrados de receber esse prêmio”.

Na entrega virtual, o ex-presidente da Asfoc Rogério Lannes Rocha afirmou que o movimento é hoje uma das principais forças de organização da população. “Defende uma agricultura que se opõe ao modelo de agronegócio, do latifúndio, do agrotóxico. Uma agricultura que se adequa aos biomas, busca a agroecologia, a agricultura que convive com a floresta, o orgânico, a organização de outra forma de defender politicamente os direitos. E nisso tem muita identidade com a Asfoc”.

O Pretas Ruas foi outra entidade representativa a receber a Medalha Careli. Durante a live, as cofundadoras do coletivo falaram do orgulho de receber a homenagem. “Obrigado à Asfoc pelo reconhecimento do nosso trabalho. É de extrema importância ter iniciativas que promovam e reconheçam essas vozes em situação de rua e vulnerabilidade socioeconômica”, agradeceu Pamela Oliveira. “Receber essa homenagem tem uma representatividade muito grande para nós, como mulheres negras, ativistas sociais, que lutamos pela garantia de direitos de mulheres em condição de rua”, complementou Pamela Lessa, após receberem a homenagem virtual da vice-presidente Mychelle Alves.

Representando o Levante Popular da Juventude, Janderson Dias descreveu o sentimento de orgulho ao receber o prêmio. “Tudo nosso, nada deles. Nós por nós. O SUS é nosso, é do povo”. Durante a entrega virtual, José Leonídio Madureira elogiou a organização dos jovens militantes, voltada para a luta de massas. “Buscam uma transformação estrutural da sociedade brasileira. Ou seja, não é qualquer movimento de jovens. É o movimento de jovens preocupados com o modelo de sociedade que se vive e se quer transformar”.

PRÊMIO ESPECIAL DE 120 ANOS DA FIOCRUZ – No fim do evento virtual, a Asfoc também concedeu à presidente Nísia Trindade Lima um prêmio especial em alusão aos 120 anos da Fiocruz. Segundo ela, um dia histórico porque representa os trabalhadores neste momento tão especial.

“O Sindicato nos proporciona este encontro de pessoas com uma trajetória dedicada à Fiocruz, à ciência, à saúde pública e à saúde coletiva do nosso país. O papel que esta Instituição tem neste momento é realmente ímpar. Papel de uma Instituição de Estado, o papel de uma Instituição comprometida com todos os valores que cada um dos homenageados representou e representa sua trajetória”.

Ao entregar o prêmio virtualmente, o diretor-presidente do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), Pedro Barbosa, fez um questionamento caso não existisse o SUS na pandemia do novo coronavírus. “Seria a barbárie. Ainda bem que temos a Fiocruz e o sistema único de saúde neste país”.

Sobre a Asfoc, elogiou as ações desenvolvidas pelo Sindicato. “A Asfoc é uma instituição sem igual. Tem a capacidade de não apenas representar a causa trabalhista dos trabalhadores da Fiocruz. Cada um de nós tem deste Sindicato algo que muito nos orgulha. Mas não é simplesmente um Sindicato, é seguramente um Sindicato diferenciado”, frisou.

Paulo Garrido e Mychelle Alves também fizeram suas considerações no fim do evento. “A cerimônia trouxe novas energias para que a gente siga na luta por um país mais justo e igualitário. Olhar um pouco mais a solidariedade de fato. A solidariedade dos trabalhadores e trabalhadoras da Fiocruz, juntamente com o Sindicato. Falar um pouquinho da empatia e solidariedade neste momento de muita emoção”, disse a vice-presidente. “Viva, Arouca! Viva, Careli! É muita emoção. Saúde é democracia, democracia é saúde. A luta no nosso Sindicato não para nunca, a nossa luta nunca para”, afirmou Paulinho, que ainda convocou para o quinto episódio do evento NOSSO SUS, na quinta-feira (27/08), de 10h ao meio-dia, com participação de Nísia Trindade Lima. Transmissão ao vivo pelo Facebook da Asfoc (@asfocsn) e da Agência Servidores (@agenciaservidores).

Clique aqui e assista à cerimônia na íntegra.

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