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Tributo à vida e aos trabalhadores e trabalhadoras marca a posse da Atuante, das Regionais e do Conselho Fiscal!

29/12/2020

Os representantes eleitos para a nova Diretoria Executiva Nacional, as Coordenações Regionais e o Conselho Fiscal da Asfoc-SN participaram domingo (27/12) da posse simbólica da gestão do Sindicato (triênio 2021-2023).  O clima na Igreja da Penha foi de muita emoção com os discursos dos dirigentes e convidados e apresentações musicais. Tudo foi transmitido pelas redes sociais da Asfoc-SN na live “Vida” – com mais de 3 mil visualizações ao vivo, interação online dos internautas no chat do YouTube e elogios ao evento.

Na abertura da cerimônia, o atual presidente do Sindicato, Paulo Garrido, falou sobre a conjuntura hostil no país, com ataques ao serviço público, aos sindicatos, movimentos sociais e direitos da cidadania. “Enfrentamos uma conjuntura de congelamento de salários, falta de concursos, sucateamento do Estado e dos serviços públicos. Sofremos com os cortes na saúde, educação, ciência e tecnologia”.

Apesar dos ataques, o Sindicato conseguiu nos últimos três anos se aproximar de diversas entidades que se colocam em defesa do bem comum, ampliando as parcerias e a presença na luta por uma sociedade mais justa. Entre elas: Conselho Nacional de Saúde (CNS), Internacional do Serviço Público (ISP), Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), universidades e tantas outras instituições igualmente importantes.

Em tempos de pandemia, Paulo Garrido também falou sobre as mudanças de comportamento impostas pelo novo coronavírus (Covid-19). “Incorporamos a máscara e novos hábitos de higiene. Exercitamos o distanciamento como forma de proteger a quem amamos e a toda sociedade. Reafirmamos a validade do conceito amplo de saúde que adotamos. Um conceito que não se reduz a ausência de doença, mas que incorpora as condições capazes de impactar a saúde do indivíduo e da coletividade”.

Segundo Paulinho, a pandemia mostrou que o mercado jamais substituirá o Estado na promoção e na defesa da saúde das populações. “A crise mostrou que os países que melhor enfrentaram a pandemia foram aqueles que combinaram a existência de sistemas públicos de saúde e bem-estar social com a ação firme a articulada entre os poderes e a sociedade”.

No encerramento de seu discurso, Paulo Garrido homenageou os trabalhadores da linha de frente da saúde. “Esses, sim, verdadeiros heróis que, muitas vezes sem a proteção necessária, enfrentam uma batalha cotidiana em defesa da vida. Esses, sim, merecem medalhas, reconhecimento e proteção. Acreditamos também que, apesar de tudo, esse é um período de regar a alegria. De não deixar que ela morra. Apesar de tudo, também é preciso cantar. Manter viva a chama da esperança. Sonhar um mundo melhor. O Brasil confia nos trabalhadores e trabalhadoras da Fiocruz. Estamos ao lado da vida”, finalizou.

A vice Mychelle Alves, futura presidente do Sindicato, em seu discurso de posse lembrou sua trajetória dentro da Asfoc-SN. Será a quarta mulher a conduzir o Sindicato (Ilma Noronha, Rita Mattos e Justa Helena Franco), a primeira mulher negra. E falou sobre suas expectativas. “Me sinto muito honrada e tenho uma responsabilidade muito grande, que gostaria muito de destacar, de como a Chapa Atuante sempre prezou pela diversidade, pela representatividade. (...) Eu tenho essa responsabilidade nessa condução em honrar o legado de todas as mulheres Atuantes. E gostaria de saudar todas as mulheres da Fiocruz e, em especial, as mulheres negras da Fiocruz, pois essa vitória é nossa, fruto da nossa união, resistência e coletividade”, ressaltou.

Mychelle afirmou que, durante pandemia, as mulheres são as que mais arcam com as duras consequências deste momento. E ainda enfrentam o machismo, a violência doméstica e o feminicídio. “E, nesse caso específico, as mulheres negras são as mais afetadas por estarem muitas vezes em condições de vulnerabilidade. Mesmo em um momento de luto que o país atravessa, com mais de 190 mil mortes, é preciso celebrar a vida. A nossa Instituição é essa, em defesa da vida. E vamos nos manter na luta pela construção de um país inclusivo, próspero e soberano. Vamos defender a Fiocruz. Instituição da ciência, patrimônio do Brasil, que trabalha pela dignidade humana para todos e todas”, frisou.

De acordo com a futura presidente do Sindicato, a Asfoc-SN não medirá esforços na defesa de uma política econômica que assegure o desenvolvimento sustentável com distribuição de renda, geração de empregos e inclusão social, a retomada do crescimento econômico, a defesa dos direitos dos trabalhadores da ativa e aposentados e o enfrentamento das desigualdades sociais no país. “A luta que travaremos imediatamente, e que também é continuidade desta gestão que se encerra, é contra a Reforma Administrativa. Acreditamos no serviço público forte, acreditamos de fato nas nossas instituições públicas e precisamos de união dos nossos trabalhadores, para lutar contra todos os retrocessos desse governo”, afirmou.

No fim de sua fala, Mychelle disse esperar que a atividade sindical ocupe as vidas de todos por um bom tempo. “Como nos lembra Papa Francisco: não existe uma boa sociedade sem um bom sindicato. Não há um bom sindicato que não renasça todos os dias nas periferias, que não transforme as pedras descartadas da economia em pedras angulares. Sindicato é uma bela palavra que provém do grego syn-dike, isto é, ‘justiça juntos’ e não há justiça se não se está com os excluídos. (...) Seguimos na luta e na resistência”, encerrou.

A apresentadora Nayra Cezari classificou o discurso de Mychelle Alves como “emocionante e impactante”. “Que orgulho de poder fazer parte desta festa, deste momento. Uma solenidade que mostra a força de uma legião. Muito obrigado por esse convite e por estar ao lado de um negro (o apresentador Thiago Thomé) que representa tanto e tem tanta visibilidade... e poder estar aqui e poder mostrar toda essa beleza, essa garra e essa força”. Thiago Thomé completou: “Estou muito feliz de estar aqui, maravilhado com toda esta potência, com tudo isso que está acontecendo aqui”, revelou.

Durante o evento virtual, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, fez uma entrada ao vivo para saudar os dirigentes eleitos para o próximo triênio. Primeira colocada na Eleição da Fiocruz realizada em novembro, ela aguarda a escolha do presidente da República, Jair Bolsonaro – Rivaldo Venâncio e Mário Moreira compõem a lista tríplice. “Juntos, esperamos iniciar o mandato com muita força, esperança e trabalho pela saúde da população”, disse.

Nísia ainda reafirmou compromisso da Fiocruz na produção da vacina Fiocruz contra a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. “Soma-se a essa fala o nosso compromisso global com todas as vacinas que forem aprovadas e registradas, e que venham ser adotadas pelo Programa Nacional de Imunizações”.

O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, também participou ao vivo do evento e relembrou as atuações em conjunto com a Asfoc-SN. “Temos feito muita resistência, em defesa do SUS, da democracia e, principalmente, em defesa das nossas vidas, a vida da população brasileira, que tem sido colocada toda num projeto de morte no país. Infelizmente, temos mais de 190 mil vidas perdidas. A maioria destas vidas poderiam ter sido salvas se não fosse o negacionismo, se não fosse a forma [de tratamento da pandemia] de quem está na Presidência da República e seus seguidores”.

E completou: “De outro lado, o SUS e nossa atuação, temos salvado muitas vidas. Se não fosse o SUS, se não fosse nós, que defendemos o projeto de vida, a democracia, com certeza, muitas outras vidas teriam sido perdidas”.

Durante a transmissão, foram divulgados vídeos gravados do Coral Fiocruz (coordenado por Maria Clara Barbosa) e com os representantes eleitos Luciana Pereira Lindenmeyer (Conselho Fiscal), Luiz Carlos Figueiredo (Regional Pernambuco), Manoel Silva Barata (Regional Paraná), Telma Henrique de Souza Gontijo (Regional Distrito Federal), Carlos Fabrício Marques (Regional Amazonas), Carolina Cunha (Regional Minas Gerais) e Gilmar José da Silva (Regional Bahia). E a cada intervalo das atividades da live foram mostradas fotos da trajetória da Asfoc-SN ao longo dos seus 44 anos em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras da Fiocruz.

Houve ainda shows com a banda “Mais do mesmo”, “Família Macabu”, dos cantores Marcelle Motta e João Martins e o DJ André Ramos. A Bateria Batuca Oswaldo, liderada pelo mestre Xula, os intérpretes oficiais do Discípulos de Oswaldo (Leonardo Bessa, Hugo Faria e Waléria do Cavaco) e Júnior Nova Geração fizeram a última apresentação da noite cantando os sambas campeões do Bloco, dos compositores e trabalhadores da Fiocruz Pedro Jonathas e Janete Duarte, entre outros.

Finalizando o evento, o padre Thiago Sardinha proferiu uma mensagem de fé e esperança no palco montado em frente à Igreja da Penha. A Asfoc-SN agradece ao sacerdote por ter disponibilizado o espaço para a realização da cerimônia simbólica de posse. 

Acesse o link e assista ao evento digital: https://www.youtube.com/watch?v=i8z0gGj5HSQ

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