O Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) vem a público manifestar seu repúdio em relação ao descaso dos governos federal e estadual no caso do rompimento de duas barragens no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). A enxurrada de lama e rejeitos sólidos da mineradora Samarco, subsidiária da Vale do Rio Doce, matou, até o momento, 8 pessoas – 20 estão desaparecidas e mais de 600, desabrigadas – e causou o maior desastre ambiental do país.
É inadmissível que apenas uma semana após a tragédia, que devastou Mariana e atingiu outros municípios mineiros e do Espírito Santo, os órgãos competentes não tenham divulgado uma nota informando quais ações serão implementadas para diminuir o impacto da tragédia e sobre o empenho para identificar e punir os responsáveis.
Impressiona o silêncio das autoridades e, também, dos meios de comunicação. Os jornais, que publicam regularmente anúncios de página inteira da Vale do Rio Doce, nada falam da empresa e pouco divulgam sobre a tragédia. Há relatos de 300 mil pessoas sem água – como Valadares (MG) e Colatina (ES), que sofrem com seu desabastecimento pela contaminação do Rio Doce. O número de vítimas humanas é incerto; as perdas de animais, incontáveis; e a pressão da sociedade civil, quase inexiste.
Apesar da extensão do desastre, a única multa, até o momento, foi aplicada pelo Instituto Brasileiro Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de R$ 250 milhões, por dano ambiental, comprometimento da bacia hidrográfica e dano ao patrimônio público.
Neste momento, a Asfoc-SN se solidariza com a população mineira, que sofre com a perda da vida de parentes, e, juntamente, com os municípios capixabas enfrentam as consequências do desastre ocorrido há uma semana.