Conteúdo exclusivo para servidores associados  do Sindicato

ASFOC

Acesso restrito

Quase nada mudou 2 meses depois do rompimento das barragens em Mariana

06/01/2016

 

         Dois meses após o maior desastre ambiental do país, quase nada mudou no distrito de Bento Gonçalves, em Mariana (MG), onde duas barragens da mineradora Samarco, de propriedade da Vale (que retirou Rio Doce de seu nome e da multinacional anglo-australiana BHP Billiton), se romperam matando 17 pessoas – duas continuam desaparecidas. O mesmo acontece em outras cidades mineiras e do Espírito Santo atingidas pelos rejeitos de minério.

       Por poluir rios, tornar áreas urbanas impróprias para a ocupação humana, causar interrupção do abastecimento público de água, lançar resíduos em desacordo com as exigências legais, provocar a morte de animais e a perda da biodiversidade ao longo do Rio Doce, a mineradora recebeu a maior multa já aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama): R$ 250 milhões.

       E mesmo assim a multa pode nem chegar a ser paga, em função dos recursos e as brechas da lei.   

        Até o momento, nenhum laudo da perícia foi divulgado! Nenhum plano efetivo de recuperação da natureza foi apresentado! Ninguém foi preso!

       Enquanto isso, a população cobra das autoridades a construção de casas para os sobreviventes e sofre com o desabastecimento de água (imprópria para consumo) em diversas regiões – em outras cidades onde o produto foi restabelecido, moradores reclamam da qualidade e do gosto, mesmo depois de passar por tratamento.

       No meio de toda essa tragédia, muitas pessoas têm aproveitado essa situação para fazer estoques de água mineral em suas casas para vender o produto. Enquanto isso, ribeirinhos estão sem irrigar suas plantações e pescadores não sabem quando poderão voltar ao trabalho para sustentar suas famílias.

       Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH-Doce), a recuperação de parte da calha do afluente levará até 20 anos.

       Isso se não ocorrer nova tragédia, como o rompimento das barragens de Santarém e Germano, próximas a Mariana, possibilidade já admitida em entrevista coletiva por representantes da Samarco.

        O Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) se solidariza mais uma vez com as vítimas; repudia o descaso com a vida; cobra a apuração dos fatos, além de punição aos responsáveis pela tragédia; e indenização à população atingida pelos rejeitos da mineradora.

Foto: Márcio Fernandes / Estadão

Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública - Asfoc-SN
Av. Brasil, 4365, Manguinhos, Rio de janeiro / RJ – CEP 21040-360
E-mail:secretaria@asfoc.fiocruz.br | jornalismo@asfoc.fiocruz.br
Horário de Funcionamento: Segunda a Sexta das 08h às 17h.
Telefones: (21) 2598-4231 | 2290-7347 | 2290-6395 | 2564-5720