O Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) concedeu, hoje (17/10), ao Projeto Marias e ao deputado federal Jean Wyllys a Medalha Careli de Direitos Humanos, e à coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, e ao senador Paulo Paim o Prêmio Sérgio Arouca de Saúde e Cidadania. A entrega da premiação, realizada durante a audiência pública “Saúde, Cidadania e Direitos Humanos”, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no Senado Federal, foi marcada pelas críticas à Proposta de Emenda à Constituição 241.
O senador Paulo Paim elogiou a iniciativa do Sindicato em premiar pessoas que defendem as causas da população. “Já que não temos a grande mídia, reunimos num momento como este uma justa homenagem a homens e mulheres com compromissos sociais. Se o movimento social e sindical não souber fazer momentos como esse, só passa a versão da grande mídia, inclusive o da PEC 241”.
A presidente da Asfoc, Justa Helena Franco, ressaltou que a escolha dos nomes para o Prêmio Sergio Arouca tem por “finalidade homenagear pessoas que se dedicam a resguardar a cidadania e os direitos do povo brasileiro”. Ela criticou o fato de o ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmar que o SUS não cabe no Estado brasileiro. “Se não cabe neste momento, com a PEC 241 não vai caber nunca! Por isso, precisamos lutar para que o SUS seja uma garantia para a população”, frisou.
Paulo Garrido, vice-presidente do Sindicato, também condenou a Proposta de Emenda à Constituição e elogiou os premiados. “São defensores de destaque que acompanhamos e trabalhamos juntos (contra a PEC 241). Essa Proposta é o fim do mundo, é a PEC que desrespeita os direitos humanos e vai trazer transtornos para a população: ela destrói a cidadania, a Saúde e Educação públicas!”, frisou. Paulinho, a pedido da mãe de Jorge Careli, ainda estendeu sobre a mesa de debate uma camisa da Campanha “Onde Está Careli?”, lembrança guardada como símbolo do amor e da luta pela guerreira Maria Careli.
Coordenadora do Projeto Marias, da Comunidade de Manguinhos, Norma Maria de Souza recebeu a Medalha Careli de Direitos Humanos em nome das mães com filhos portadores de deficiência e necessidades especiais. Durante o debate, Norma leu uma moção de repúdio aos governos municipal, estadual e federal pelo não cumprimento, em sua totalidade, dos artigos da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e, principalmente, do Estatuto da Pessoa com Deficiência. “As leis garantem dignidade às pessoas com deficiência. O que queremos é respeito pelas nossas limitações e as leis sejam cumpridas”, disse.
Também homenageado com a Medalha Careli, o deputado Jean Wyllys afirmou que a busca como parlamentar é pela efetivação das leis. E a defesa dos direitos humanos, segundo ele, não se dá apenas no discurso, mas também na prática. “Por isso, a PEC 241 é tão pavorosa. A Proposta corresponde a vontade do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer de paralisar os recursos da Saúde, Educação, Ciência e Tecnologia para beneficiar o sistema financeiro”.
Homenageada com o Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania, a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fattorelli, aproveitou o encontro para denunciar a PEC 241. De acordo com ela, caso seja aprovada, a Proposta subtrairá os recursos para a Saúde e todos os direitos fundamentais. “Para contribuir com o debate, publicamos um artigo intitulado Você está sendo roubado pela PEC 241”.
Estiveram presentes ainda no debate os diretores Alcimar Pereira Batista (Administração e Finanças), Luciana Lindenmeyer (secretária Geral), João Carlos Rolim de Freitas (Social e de Cultura); Roberto Lopes (Esportes); Mychelle Alves; e os coordenadores regionais Clodoaldo Rodrigues Pinheiro (Brasília), Ezequias Pessoa de Siqueira Filho (Belo Horizonte) e Carlos Fabrício Marques da Silva (Manaus), além do vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel.
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