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Live: parceria Asfoc-Mata Atlântica realiza debate sobre pandemia e saúde urbana

13/08/2020

A Asfoc-SN e o Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz Mata Atlântica deram prosseguimento na terça-feira (11/08) ao ciclo de debates em parceria para abordar a saúde urbana, ambiental e o direito à cidade. A segunda live, “Pandemia e Saúde Urbana”, contou com o arquiteto urbanista do Programa Fiocruz Mata Atlântica, Luís Madeira Domingues; o coordenador de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, José Leonídio Santos; a coordenadora da União Nacional por Moradia Popular, Jurema Constâncio, além do presidente do Sindicato, Paulo Garrido, e da vice Mychelle Alves.

Paulinho revelou que a Asfoc participa do Seminário Virtual do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). Durante três dias (12, 13 e 14/08), as entidades sindicais debatem a pauta de reivindicações do funcionalismo público federal, organização sindical e plano de lutas, com o objetivo de construir propostas, ações e estratégias de enfrentamento na defesa da democracia, dos serviços públicos, dos servidores e das organizações sindicais.

“Precisamos de saídas estruturantes, como renda mínima. Para isso, precisamos abandonar as políticas neoliberais, revogar a Emenda Constitucional 95, continuar defendendo o Sistema Único de Saúde (SUS), investir em saneamento básico, humanização e em mais elementos de infraestrutura, como transporte, para atender a maioria da população. Precisamos de uma reforma tributária solidária. (...) Não existe desenvolvimento sem investimento social e condições dignas para todos. Desenvolvimento social não pode ser confundido com crescimento predatório do ambiente e da vida, concentrador de renda e gerador de miséria, violência e infelicidade”, ressaltou.

Mychelle Alves relembrou que antes mesmo da pandemia o Brasil já vivia uma crise econômica e social, com o País voltando a figurar no mapa da fome e registrando elevadas taxas de desemprego, além de milhões de pessoas na informalidade. Segundo ela, o governo federal não agiu durante a crise sanitária do novo coronavírus. E citou, como exemplo, o auxílio emergencial.

“O protagonismo foi do Congresso Nacional, dos movimentos sociais, da militância, do sindicalismo. Houve falências de micro e pequenos empresários. A população precisava levar o seu sustento para casa e, sem auxílio emergencial e ajuda do governo, se expôs ao risco. (...) A população vulnerável é a que mais morre. A Covid chegou ao Rio de Janeiro por meio de quem tem condições (financeiras), mas a primeira pessoa a morrer no estado foi uma empregada doméstica”, lembrou.

De acordo com José Leonídio Santos, a pandemia na cidade do Rio de Janeiro surgiu na região da Barra da Tijuca. Os números cresceram para a Zona Sul e seguiram para os bairros mais pobres do subúrbio. A partir daí, identifica-se a perversidade do quadro da pandemia, com maior contaminação e letalidade nas periferias e favelas.

“Junto com a crise sanitária existe uma crise humanitária enorme, seja pelas condições de habitação, sociais e reprodução da vida. Estes lugares estão mais fragilizados, mais vulnerabilizados em seguir as orientações preconizadas pelas autoridades sanitárias em relação a distanciamento social, isolamento, a questão da higienização e o uso de máscara”, frisou.

Jurema Constâncio criticou o abandono da população pelo Poder Público. A União Nacional por Moradia Popular, por sua vez, cumpriu o papel de Estado na interlocução com as famílias de 12 comunidades do Complexo de Jacarepaguá. Durante a pandemia, conseguiu com alguns parceiros arrecadar e distribuir nestas comunidades carentes cestas básicas, álcool em gel, máscaras, além de orientar as pessoas a se prevenir da Covid-19. Segundo ela, outras comunidades estão à mercê por falta de ajuda do governo.

“Poderíamos estar em outras condições, vivendo outras situações. Não estaríamos livres do Covid. Mas se o governo que foi eleito está fazendo papel de figurante tivesse feito o seu papel, com certeza a gente não estaria chorando por mais de 100 mil mortes. Lamentável e angustiante esta situação”, criticou.

O arquiteto urbanista do Programa Fiocruz Mata Atlântica, Luís Madeira Domingues falou sobre o documento intitulado “Assentamentos precários e vivenda social: impactos do Covid e resposta”, que tem como consignatários a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), One-Habitat, entre outros.

Segundo eles, a estratégia mais objetiva para capitalizar a resposta imediata e apontar a recuperação de longo prazo em um contexto pós-chegada da pandemia é gerar uma aliança intersetorial que viabilize um programa renovado de melhoramento integral de bairros saudáveis, compreendendo habitação como espaço essencial e veículo da construção e desenvolvimento da saúde da família. Ou seja, uma visão coletiva da habitação como infraestrutura de cuidado. “Conceito interessantíssimo para ser explorado”, afirmou Luís Madeira.

No dia 18 de agosto, a Asfoc, em parceria com a Fiocruz-Mata Atlântica, promove a terceira reunião virtual, “Pandemia e o direito à cidade”, com Célia Ravera (Fiocruz-Mata Atlântica), Claudia Rose Ribeiro (Museu da Maré) e Lurdinha Lopes (Movimento Nacional da Luta pela Moradia).

Acesse o link e assista ao debate de terça-feira: https://www.facebook.com/asfocsn/videos/1279995588999076/

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