Ao longo de três dias na semana passada (de 28 a 30 de março), aconteceu o IV Fórum da Asfoc-SN - Diretoria Executiva Nacional e Coordenações Regionais. Desta vez, mantendo o rodízio de locais, o evento ocorreu no Instituto René Rachou (Fiocruz/Minas). Como novidade, o encontro foi aberto ao público e teve uma série de debates e mesas com especialistas externos e da própria Instituição.
Foram debatidos assuntos como conjuntura política, Reforma da Previdência, o risco iminente das barragens e a 16ª Conferência Nacional de Saúde. Dentre os palestrantes, Denise Motta Dau (ISP), Bruno Pinheiro (IPEA/MG), José Geraldo (MAB/MG), Mariano Andrade da Silva (Cepedes/ENSP), Anderson Avelino (OAB/MG), Carlos Octávio Oclé (IPEA), Lúcia Souto (CEBES), Maria do Socorro de Souza (Fiocruz) e Marco Nascimento (Fiocruz).
“O Fórum com as Regionais já é um compromisso assumido em outras gestões. É muito importante para ouvir e debater as especificidades de cada Estado, e traçar estratégias unificadas. Vivemos um momento muito conturbado e apenas unidos poderemos enfrentar os constantes ataques aos direitos dos trabalhadores”, afirmou o presidente da Asfoc-SN, Paulo Garrido.
Na abertura do Fórum, foi exibido um vídeo com a fala da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade. Impossibilitada de comparecer ao evento, ela fez questão de parabenizar a iniciativa do Sindicato e ressaltar a qualidade da agenda montada pela Asfoc.
Da Mesa inicial, além do Paulinho, participaram: Valcler Rangel (chefe de Gabinete Presidência Fiocruz), Zélia Profeta (diretora do René Rachou), Mychelle Alves (vice-presidente da Asfoc-SN), Fabíola Lopes (coordenação Asfoc/MG) e Fernanda Oliveira (coordenação Asfoc/MG).
Um dia antes do Fórum, a direção da Asfoc-SN visitou a região de Brumadinho para dialogar com a população sobre os impactos sociais, políticos e ambientais do crime protagonizado novamente pela mineradora Vale, há dois meses. O rompimento da barragem no local ocasionou a perda de centenas de vidas.
A Asfoc-SN atua e reafirma seu trabalho em Defesa da Vida, da População, da Soberania, da Saúde e na luta por Justiça Social!
Paraná
A Asfoc-SN foi convidada a participar de dois importantes seminários, no início de abril, em Curitiba. No dia 8, a Associação Brasileira Juristas pela Democracia (ABJD) realizará a conferência “Para onde vamos? Desafios da Democracia”, no Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em 8 e 9 de abril, acontece o seminário “Reforma da Previdência e a desconstrução do sistema de Seguridade Social Brasileiro”, organizado pelo Sindifisco.
No dia 10 de abril, a direção da Asfoc promove Encontro com os trabalhadores do ICC. O evento faz parte do ciclo de debates de mobilização e formação sobre a Reforma da Previdência e a democracia que o Sindicato realiza nas Unidades. Às 8h30, no Tecpar.
Ditadura Nunca Mais!
Milhares de pessoas saíram às ruas neste domingo (31/03) em todo o país para protestar contra a ditadura militar. Os atos foram convocados como uma reação às comemorações do golpe militar de 1964.
“Na semana em que o Estado brasileiro, de forma vergonhosa e criminosa, incentiva a comemoração dos 55 anos do golpe civil militar de 1964, que jogou o Brasil nos anos mais sombrios e sangrentos da nossa história recente, nós estamos aqui de luto e em luta”, dizia parte da nota oficial do Sindicato, lida pelo diretor de Comunicação da Asfoc, Gutemberg Brito, na abertura da II Conferência Livre de Saúde em Manguinhos, sábado (30/03), na Escola Politécnica.
Íntegra do texto da Asfoc-SN
“Falo aqui em nome da Asfoc Sindicato Nacional que representa as trabalhadoras e trabalhadores da Fiocruz. Trago aqui a saudação de nosso presidente, Paulo Garrido, que se encontra em Minas Gerais, no fórum das representações regionais do sindicato, evento marcado com bastante antecedência. Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que para além de trabalhadores da Fiocruz, a força de trabalho da nossa instituição é composta de MILITANTES DA SAUDE PÚBLICA. Outro aspecto que também quero chamar a atenção se refere ao conceito de saúde que adotamos. Um conceito de saúde também adotado pela Organização Mundial de Saúde. Um conceito que diz que saúde não é só a ausência de doença, mas também bem-estar físico, mental e social. Um conceito que compreende a saúde como resultante da interação de diversos elementos: biológicos, culturais, ambientais, políticos, sociais e econômicos. E mais um elemento importante de mencionar: saúde é a ausência do medo. Do medo do desemprego, do presente e do futuro. Medo da violência. Medo da violência dos modos de organização da sociedade. Medo da violência do Estado em suas diversas formas de expressão. Nesses tempos sombrios devemos nos lembrar do espírito da VIII Conferência Nacional de Saúde e das conquistas da Constituição de 1988. Lembrar que ambas caminharam no sentido do reconhecimento da saúde como um direito do cidadão e um dever do Estado. Gostaria de lembrar também que estamos diante do desmonte do SUS e de toda a seguridade social, incluindo a Previdência. Nessas circunstâncias, devemos lutar para que a XVI Conferência Nacional de Saúde defenda que a saúde e o bem-estar social sejam elementos centrais e prioritários de qualquer projeto de desenvolvimento econômico a ser adotado pelo país. A Asfoc defende que a principal atribuição do Estado é a defesa da vida e de condições de vida dignas para todos, e que o Estado cumpra com o seu dever. Nesse sentido, manifestamos nosso repúdio às políticas governamentais que são contrárias aos princípios de valorização e promoção da vida, como por exemplo, os retrocessos no campo da saúde mental e as políticas de segurança que colocam as comunidades sob o fogo pesado do Estado com a alegação de combate ao crime.
Na semana que o Estado brasileiro, de forma vergonhosa e criminosa, incentiva a comemoração dos 55 anos do golpe civil militar de 1964, que jogou o Brasil nos anos mais sombrios e sangrentos da nossa história recente, nós estamos aqui de luto e em luta.“
A matéria completa sobre o IV Fórum estará na próxima edição do Jornal da Asfoc-SN.
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