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A greve dos caminhoneiros

28/05/2018

A greve dos caminhoneiros afeta a todos nós. Trabalhadores, donas de casa, estudantes, comerciantes, empresários, serviços públicos fundamentais como emergências médicas, segurança pública, bombeiros, infraestrutura. Encontram-se prejudicados também serviços igualmente importantes e essenciais como transporte público, abastecimento, viagens aéreas, entre outros. Na Fiocruz a situação não é diferente. Hospitais, ambulatórios, produção de medicamentos e vacinas e outras atividades e serviços de igual importância também são afetados pelo desabastecimento e pela falta de combustível.

Visível e amplamente comentada, a greve, no entanto, não é a única medida que afeta a todos nós. De fato, também nos afetam uma série de medidas recessivas, injustas, ilegítimas e contrárias aos interesses nacionais adotadas pelo governo Temer ao longo dos últimos anos. Medidas tomadas apressadamente por um governo sem credibilidade, sem legitimidade, que não passou pelo crivo das urnas. Um governo que se coloca a serviço do capital financeiro, das petrolíferas e outros grupos econômicos internacionais. Um governo que trata de forma irresponsável áreas estratégicas como a produção e distribuição de energia, seja no setor do petróleo e gás, seja no setor hidroelétrico. Um governo que não zela pelo bem-estar da sociedade ou pelo futuro do país. Um governo que nas negociações acena apenas com a redução do preço do diesel, deixando o gás de cozinha e a gasolina fora da pauta. Um governo que não teve competência para negociar, em caráter de emergência, o fornecimento de combustível para os serviços essenciais que são de toda a sociedade. Um governo de soluções mesquinhas e irresponsáveis que beneficiam as petrolíferas e outros segmentos empresariais em detrimento dos interesses da população.

Nessa greve muitas coisas estão misturadas e precisam ser esclarecidas. Percebe-se que, ao lado das legítimas reivindicações dos caminhoneiros, podemos encontrar a ação de grupos patronais que buscam, por meio de lockout, auferir vantagens contrárias aos interesses do país e da sociedade. É preciso, portanto, distinguir grupos e interesses em jogo. É preciso chamar a atenção para os interesses nacionais e alertar para o perigo de ter uma área fundamental para economia do país à mercê da especulação financeira e dos grandes acionistas das companhias petrolíferas.

Apoiamos o movimento dos caminhoneiros quando ele se coloca contra o aumento dos combustíveis e do gás de cozinha. Apoiamos a luta dos caminhoneiros quando ela denuncia a entrega do país aos interesses das grandes petrolíferas internacionais. Apoiamos os caminhoneiros quando eles denunciam a isenção de impostos no valor de um trilhão de reais para as petrolíferas. Apoiamos o movimento dos caminhoneiros quando ele denuncia a total incompetência e irresponsabilidade do governo para lidar com um movimento que visa reduzir os preços de itens essenciais para economia e para os interesses da sociedade. Apoiamos os caminhoneiros na sua justa luta por melhores condições de trabalho e remuneração.

A população apoia a greve dos caminhoneiros por reconhecer que a ampla maioria deles não tem como arcar com os elevados custos do combustível e também por entender que esse aumento não interessa à sociedade como um todo.

Não apoiamos o oportunismo de empresários, de especuladores e das petrolíferas que buscam instrumentalizar o movimento dos caminhoneiros para obter isenções e lucros injustificáveis. Não apoiamos o uso do movimento para pedir soluções de força como intervenção militar. Não apoiamos soluções que atendam os interesses de grupos econômicos em detrimento dos interesses da sociedade e do país.

A Asfoc compreende a gravidade da situação e se manifesta por uma negociação que atenda aos interesses dos caminhoneiros e da população brasileira e reitera o seu apoio a uma solução situada nos marcos da democracia e do estado de direito. Reafirma também a importância da realização das eleições diretas para a Presidência da República previstas para outubro como forma da sociedade debater os rumos e os projetos que queremos para o país.

Todo apoio à luta dos caminhoneiros. Contra o aumento dos combustíveis e do gás de cozinha. Contra as manobras patronais. Contra a isenção de impostos para as grandes petrolíferas. Contra a especulação. Em defesa da Petrobras! Em defesa da soberania nacional! Contra a entrega do pais! Em defesa da democracia e do Estado de direito!

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