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Dia Nacional de Luto e Luta

07/08/2020

Ontem (06/08), o governo federal, ao liberar recursos para a incorporação pela Fiocruz da vacina produzida em Oxford, finalmente cumpriu o seu dever de dar combate de modo sensato à pandemia de Covid-19. Não fez mais do que sua obrigação. Entretanto, Bolsonaro aproveitou a oportunidade para fazer uso político mesquinho da iniciativa proposta pela Fiocruz. Como sempre falou um monte de sandices e inverdades. Portou-se, como de costume, como um bufão patético e manipulador. Entre as muitas bobagens proferidas, Bolsonaro afirmou que não seria por falta de confirmação científica que ele iria deixar de defender o uso da cloroquina ou de qualquer outro medicamento que ele julgasse eficaz.

Portando-se como dono da verdade, criticou autoridades sanitárias, pesquisadores, o STF, governadores e prefeitos. Colocou-se como vítima. Atacou a ciência, desdenhou do esforço em curso no país. Reduziu a iniciativa do Instituto Butantan e do governo de São Paulo a interesses eleitorais e ideológicos. Fez menção ofensiva e velada à China ao mencionar que a vacina por ele apoiada “não era daquele outro país”. Colocou a ideologia acima da saúde da população. Atacou a mídia insinuando que ela presta um desserviço ao país ao fazer alarde sobre os 100 mil mortos e o fato de o Brasil ocupar o segundo lugar no número de casos no mundo. Criticou as ações dos seus ex-ministros da Saúde. Defendeu a presença de militares sem qualificação específica no Ministério da Saúde. Sem pudor, se colocou como parâmetro de comportamento, como se ele fosse um grande combatente da linha de frente que atua contra os efeitos nocivos do coronavírus. Para muitos que assistiram à cerimonia, só faltou desdenhar das vitimas fatais, mortas por serem fracas. Ou não faltou?

Um discurso que não ilude o cidadão minimamente bem informado. Um discurso dirigido a uma plateia cativa de ingênuos e de extremistas radicais que sustentam a sua declinante porcentagem de apoio entre a população. Uma plateia que se contenta com a informação de que o Brasil tem um número expressivo de recuperados. Algo para quem se contenta com nada. Com discursos vazios. Um ato semelhante aos antigos programas de auditório de péssima categoria. Uma afronta ao bom senso e à dramática situação experimentada pelo país.

Paulo Garrido
Executiva Nacional da Asfoc-SN

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