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Asfoc-SN realiza debate com deputada portuguesa

28/08/2018

A Asfoc-SN realizou ontem (27/08) o debate “Proteção Social e Política de Austeridade: Impactos e Alternativas”, com a deputada portuguesa Joana Mortágua, na sede do Sindicato. O presidente da Asfoc-SN, Paulo Garrido, afirmou que a Asfoc busca uma crescente na mobilização por meio de debates qualificados e em outras agendas de formação.

“É um evento que teve muita densidade, contou com as presenças da Mídia Ninja, Cebes, Radis, Sindicato dos Médicos do Rio, Museu da Maré, entre outros. Francisco Menezes, do Ibase, idealizador do Fome Zero e um dos premiados para receber o Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania neste ano pela Asfoc, também participou”, disse Paulinho.

Com o auditório lotado, participação expressiva do público e mediação do diretor do Sindicato Carlos Fidelis Ponte, a integrante da coalizão da esquerda que conduz o governo de Portugal desde 2015 falou sobre o modelo político que contraria a cartilha de austeridade econômica proposta pelo Fundo Internacional Monetário (FMI) e pela própria União Europeia.

Enquanto outros países mergulharam numa grave recessão em 2011/2012, como a Grécia e Espanha, e seguiram à risca as “determinações” neoliberais, Portugal interrompeu o congelamento de salários e aposentadorias do governo anterior e a redução da proteção social, entre outras medidas.

“Todas foram acordadas e são medidas de esquerda: aumentar o salário mínimo, fixar uma tarifa social energética (o país tem a energia mais cara da Europa), reverter o aumento de impostos, reverter os cortes salariais, reverter o congelamento das carreiras, o número de alunos por turma, a reforma curricular, a política trabalhista, reverter a grande maioria das medias de austeridade”, enumerou Joana.

Segundo reportagem da revista britânica The Economist, Portugal conseguiu reduzir seu déficit orçamentário à metade em 2016, chegando a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Trata-se do melhor resultado registrado desde a transição para a democracia, em 1974.

Chamada de “a geringonça”, a solução do governo de Portugal ganhou tanta importância e relevância no cenário europeu que foi apresentada em Bruxelas, durante uma Conferência Internacional, como a prova de que pode existir uma política alternativa à austeridade econômica.

“A experiência de Portugal é um alento para poder nos inspirar a combater um dos grandes inimigos desse esforço de luta que é o desânimo”, frisou um dos integrantes da Mesa, o coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE), Antonio Ivo.

Também integrando a Mesa, o coordenador das Ações de Prospecção da Fundação, Carlos Gadelha, afirmou que a situação brasileira hoje é pior que a de Portugal em 2015.

“Estamos num verdadeiro circo de horrores, com burro, bode, ratazanas, lesmas, baratas, sanguessugas e fascistas, juízes e um poder policial militar. Nosso ponto de partida não é de um Estado democrático de direito. Se lá (Portugal) foi difícil no sentido de urgência e necessidade para o que estava acontecendo, aqui (Brasil) temos elementos de reversibilidade muito grandes”, ressaltou.

Questionada pelo diretor de Comunicação do Sindicato, Gutemberg Brito, como foi a atuação da imprensa portuguesa durante a mudança de governo e a implementação da “geringonça”, Joana destacou diferenças em relação ao Brasil.

“Não houve um grande órgão de comunicação que se opusesse à narrativa dominante da austeridade. Embora haja poucos grupos econômicos dominantes na imprensa do país, são mídias relativamente diversificadas. Mal ou bem o direito de resposta é garantido. Não vou dizer que a imprensa é um veículo democrático, progressista. É um instrumento nas mãos do capital como a imprensa em todo lado. Mas o voto da esquerda não tem dificuldade para chegar ao telejornal das 8 da noite”, revelou.

Além do debate, Joana Mortágua concedeu entrevista exclusiva à Asfoc, conheceu o Sindicato, o Museu da Maré e ainda foi recebida no Castelo Mourisco pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. “A possibilidade de unidade no campo progressista é muito importante neste momento político de eleições. Por isso, saúdo a Asfoc pela participação de Joana no debate. Temos que estar sempre unidos”, disse Nísia.

Clique aqui e assista ao debate na íntegra!

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