O sindicato dos trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) participou, ontem (14/01), de ato em frente ao Ministério da Saúde, em Brasília, em defesa da política antimanicomial, do Sistema Único de Saúde (SUS) e pela reforma psiquiátrica (veja as fotos aqui). O sindicato tem participado ativamente e apoiado as reivindicações que foram pauta do ato.
Os manifestantes de diversas regiões do país não pouparam críticas ao coordenador do Programa Nacional de Política Psiquiátrica, Valencius Wurch. Ele, que tomou posse na semana passada de maneira discreta e silenciosa, é fortemente criticado pela população ligada à causa, devido à sua conduta à frente da direção da Casa de Saúde Doutor Eiras, manicômio da cidade de Paracambi na Baixada Fluminense, um dos maiores do país.
A importância de defender a política antimanicomial e a implementação de tratamentos psiquiátricos de qualidade foi a bandeira levantada pelos manifestantes, que praticaram diversas atividades inclusivas ao longo do dia, como danças, músicas, conversas, discursos e fechando o dia com uma passeata pela Esplanada dos Ministérios.
Usuários e ex-usuários do sistema fizeram falas emocionadas sobre suas experiências em manicômios, defendendo ainda a implementação de tratamentos qualificados sem uso de violência em todo Brasil. “Não podemos retroceder, temos que transformar a psicologia em ato de olhar para frente”; “viemos a público e fazemos barulho a fim de explicitar que nos posicionamos contrários à nomeação dele por representar uma séria violação, contrária às conquistas do tratamento psiquiátrico de qualidade e da luta antimonicomial”, relataram.
Alguns profissionais da rede de saúde mental levantaram a necessidade da participação das universidades nessa luta. “As universidades têm que se envolver na reforma psiquiátrica brasileira... futuros médicos, enfermeiros e outros alunos não podem sair dali com pensamento manicomial”, disse uma das militantes da rede de saúde mental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Alguns parlamentares apoiaram o ato, dialogando com alguns presentes.
Uma comissão que incluiu representantes do Rio de Janeiro no movimento conseguiu ainda articular e fazer encaminhamentos à Secretaria da Presidência da República.
Clique aqui e leia a nota de repúdio da Asfoc-SN!
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