A Asfoc-SN promoveu ontem (16/06) mais uma “live” em suas redes sociais. Desta vez, discutiu o tema “Pandemia nos territórios vulneráveis e participação popular”, e contou com os seguintes convidados: Tatá Edson, coordenador Nacional de Articulação Política do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma) e o economista, sanitarista e professor da Escola de Governo (Fiocruz-DF) Wagner Martins. O presidente do Sindicato, Paulo Garrido, e a vice, Mychelle Alves, também participaram do debate.
Durante o debate, Paulinho ressaltou a importância da interlocução entre o Sindicato e o Fonsanpotma, principalmente para fortalecer ações no Congresso Nacional. Explicou que a Asfoc tem participado de frentes, fóruns e ações diretas para aquisição de equipamentos para os profissionais de saúde e outras atividades de solidariedade, como doação de cestas básicas. Tudo isso reconhecendo a importância de unificar as lutas para o enfrentamento da pandemia do Covid-19.
“Vamos intensificar ainda mais nossa luta pela garantia de direitos para a população em territórios vulneráveis. A Asfoc tem apoiado e organizado movimentos solidários em várias áreas carentes. Precisamos ampliar essa luta!”, afirmou Paulo Garrido.
Mychelle Alves iniciou o debate comentando sobre a importância da luta antirracista e destacou a falta de políticas públicas específicas para populações mais vulneráveis.
“Falar hoje das populações vulneráveis é trazer para debate um assunto que a sociedade ainda precisa de fato pautar. Especificamente, a Asfoc participa com a Fiocruz de uma chamada pública que foi promovida para as populações vulneráveis no enfrentamento da pandemia. Há, de fato, ausência de políticas públicas para o enfrentamento da pandemia direcionadas às populações vulneráveis. Lembrando que a população negra é a que está em maior vulnerabilidade por conta de um racismo estrutural que a gente precisa debater”, afirmou.
Ela enfatizou também a participação da Asfoc no Comitê de Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, e nos Comitês de Gênero, Raça e de Povos originários da Internacional do Serviço Público.
O professor Wagner Martins ressaltou que a crise da pandemia do Covid-19 deu mais visibilidade para questões que são vigentes em nossa sociedade há muito tempo. Também ressaltou as dificuldades que essas populações vulneráveis sofrem pela exclusão social.
“A saúde é um processo dialético entre a vida e a morte, temos que pensar na saúde como um processo que garanta a vida. Portanto, o determinante social da saúde é fundamental, falamos de território vulneráveis porque falamos de territórios de exclusão social e periferia, onde está a reserva de mão de obra e onde as populações não têm condições básicas de vida. Precisamos nos organizar para buscar solidariamente um outro processo social que possa levar a uma condição um pouco melhor de vida, saindo desta vulnerabilidade histórica”, destacou.
Tatá Edson enfatizou a necessidade do debate sobre os povos vulneráveis e como a desigualdade ao acesso à cidadania se manteve ao longo dos anos.
“O Fórum que eu participo é uma representatividade deste povo oriundo do holocausto da escravidão. É importante dizer que ainda estamos no mesmo cenário. Por consequência, até hoje, o próprio Estado e a sociedade não nos enxergam como cidadãos. Há um descompasso entre as necessidades desta população e a visibilidade da sociedade em relação a isso. Estamos vivendo hoje o retrocesso, não só de uma expectativa de uma ditadura como de um processo colonial, onde uma parcela da população acredita que temos que voltar a ser escravos”.
Confira o debate na íntegra pelo link: https://www.facebook.com/asfocsn/videos/2679320722338672/ [2]
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