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Posicionamento da Asfoc no lançamento do Plano Nacional de Enfrentamento à Covid-19

03/07/2020

Para nós, da Asfoc, a preocupação com a retomada das atividades econômicas desnuda uma concepção que opõe a economia à vida, criando uma polarização que encobre princípios não revelados. A importância dada à economia em detrimento da vida.

Para a Asfoc, economia e vida devem ser tratadas de forma integrada e a partir da premissa segundo a qual a economia serve à vida e não o contrário.

Estamos diante de um fenômeno complexo. Consideramos que devemos ter atenção aos detalhes, mas também aos aspectos globais. Sem uma visão integrada certamente incorreremos no erro de redução do problema que estamos enfrentando.

Toda a atenção dos governos parece estar voltada, quase que exclusivamente, para a definição de regras de comportamento, como o uso de máscaras, distanciamento físico, higienização e outros itens presentes nos planos de segurança que acompanham a retomada das atividades econômicas.

São questões importantes certamente. Entretanto, não vemos, com a mesma frequência e força, o debate sobre os problemas estruturais evidenciados pela pandemia. Muitas perguntas não são respondidas e nem mesmo colocadas na abordagem do combate à pandemia. Parece que há uma estratégia de supressão dessas questões no debate público. Perguntas que são fundamentais como:

Corrigimos, ou pelo menos equacionamos, os problemas evidenciados pela pandemia? Estamos preparados para enfrentar uma segunda onda?

O que estamos fazendo e o que faremos com relação à atenção primária? Com está a estratégia de saúde da família? E a estrutura hospitalar e a oferta de leitos? Parece que as autoridades sequer têm projeto para isso.

Como estamos em relação ao entrosamento dos municípios no enfrentamento da pandemia nas áreas metropolitanas? Como estamos nas cidades pequenas e distantes dos grandes centros? Como estamos em termos de articulação entre União, estados e municípios?

Equacionamos o subfinanciamento do SUS? Equacionamos a renda mínima permanente? Como enfrentaremos a próxima pandemia?

Precisamos de mais gente na linha de frente. Precisamos de concurso público para instituições como a Fiocruz.

No meio de um debate que reduz o problema a procedimentos de higiene e segurança, uma parte igualmente importante é completamente abandonada. Questões estruturais e estruturantes ainda não ganharam o espaço que merecem na agenda pública. Infelizmente, na prática, o que está acontecendo é a execução não assumida da estratégia de rebanho. Uma estratégia implementada com o sacrifício dos mais pobres e o silêncio cúmplice de parcelas informadas e mais privilegiadas da nossa sociedade.

Nessa perspectiva, nós, da Asfoc, saudamos como uma iniciativa de fundamental importância o lançamento do Plano Nacional de Enfrentamento à Covid-19. Plano que busca equacionar os problemas estruturais evidenciados pela pandemia juntamente com outros aspectos mais pontuais. Precisamos de uma economia inclusiva e de um Estado para todos. As políticas sociais devem integrar de modo prioritário e decisivo as estratégias de desenvolvimento. Este último, por sua vez, deve ter o bem-estar social e o respeito ao meio ambiente como elementos centrais e inegociáveis.

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