A Asfoc-SN vem manifestar sua solidariedade aos pesquisadores do projeto CloroCovid-19. Formado por profissionais de alta qualificação e guiados por forte sentido ético e responsabilidade social, o grupo composto por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), foi injustamente acusado de “usar pessoas como cobaias” por ativistas que desconhecem as informações, os métodos e as formas de monitoramento por eles adotadas.
O CloroCovid-19 foi estruturado para a realização de um estudo clínico de fase II, que contempla a aplicação de dosagens diferentes do medicamento a ser testado em indivíduos portadores da doença que se quer combater. Aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, o estudo é cotidianamente monitorado por um comitê de acompanhamento e segurança independente formado por especialistas do Brasil e do exterior. Entre seus objetivos está a avaliação da possibilidade da cloroquina apresentar ação benéfica no tratamento da Covid-19.
Uma pesquisa que inicialmente seguia duas vertentes de investigação diferenciadas, evolvendo dois grupos de pacientes em estado grave: uma linha dedicada aos estudos dos efeitos da administração de pequenas doses e a outra que trabalhava com a administração de doses maiores. Esta última, acabou sendo abandonada rapidamente pelos pesquisadores em função da possibilidade de envolver riscos maiores à vida dos pacientes. De fato, a pesquisa verificou que havia uma tendência maior de efeitos colaterais nos pacientes que experimentaram doses maiores, o que acabou por desaconselhar a sua continuidade.
Os resultados parciais da pesquisa em andamento foram publicados pelo grupo no site MedRxiv, como forma de compartilhar contribuições para o esforço mundial de combate à Covid-19 e garantir maior transparência e visibilidade internacional. A publicidade dos resultados parciais também cumpria a importante função de alertar os pesquisadores de todo o mundo sobre a toxicidade de uma dose alta, que apesar de teoricamente parecer mais eficaz, estava causando mais danos do que benefícios. O estudo relativizava um consenso decorrente de pesquisas realizadas na China que indicavam o uso de doses elevadas. Prestava-se, assim, uma contribuição aos debates sobre a utilização da Cloroquina no combate à pandemia de Covid-19.
Diante de tais fatos, a Asfoc-SN manifesta sua solidariedade aos pesquisadores que, juntamente com suas instituições, tiveram as respectivas reputações levianamente atacadas e suas vidas ameaçadas. Sempre em defesa dos trabalhadores, da Ciência e de uma Saúde Pública para todos!