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Live - Nosso SUS 3º episódio: Asfoc destaca necessidade de unidade no enfrentamento da crise

13/08/2020

Na abertura do terceiro episódio do Evento NOSSO SUS, na manhã desta quinta-feira (13/08),  o presidente da Asfoc-SN, Paulo Garrido, frisou a necessidade de que as instituições de pesquisa estejam associadas aos sindicatos e movimentos sociais no enfrentamento da crise e na construção de um país soberano, sustentável, que garanta condições digna para todos. “Não podemos mais conviver com o espetáculo pavoroso da fome, da miséria, da violência e da falta de perspectiva”.

Paulinho ressaltou que a Diretoria Executiva Nacional da Asfoc-SN costuma se reunir e preparar as intervenções que faz nos debates. O NOSSO SUS é um evento co-realizado pela Agência Servidores, Anfip, Sindilegis, Fonacate e Asfoc. Ao todo serão 6 episódios, sempre às quintas com palestras e debates ao vivo sobre o SUS.

No final do programa, o presidente da Asfoc lembrou que o Sindicato tem uma relevante agenda no fim deste mês e convocou a todos para participarem:

Prêmio Sérgio Arouca e Medalha Careli - No dia 25 de agosto, o Sindicato promove o Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania e a Medalha Careli de Direitos Humanos, edição 2020, alusiva aos 120 anos da Fiocruz. Os nomes dos homenageados já foram divulgados: Antonio Ivo, Arlindo Fábio, Katia Silva, Tânia Celeste, Nelson Rodrigues dos Santos, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Coral Fiocruz (Prêmio Sergio Arouca); e Coletivo Pretas Ruas, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Levante Popular da Juventude (Medalha Careli). A Asfoc concederá um prêmio especial à presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, em reconhecimento por sua contribuição aos 120 anos de história da Fiocruz e pela gestão empenhada no combate ao Covid-19.

Leia abaixo a íntegra da fala do presidente da Asfoc:

“Ao saudar os nossos palestrantes, debatedores e ao público que participa de mais uma edição do nosso SUS, desta vez abordando a saúde municipal e o SUS, gostaria de levantar alguns pontos que considero importantes para discussão de hoje. O primeiro deles é o fato de a cidade, assim como o Estado, ser um território em disputa.

a) A configuração urbana e a resultante dessa tensão constante entre as diversas forças que disputam a cidade.

b) O segundo é a relação que une cidade e saúde desde o processo de urbanização implementado que acompanha a formação e consolidação da economia capitalista. Urbanização e doenças transmissíveis são elementos que estão na origem da saúde pública e que ressaltam a nossa interdependência. Uma interdependência que acompanhou a integração dos mercados mundiais.  Epidemias iniciadas na China ou em outro país podem, cada vez mais, afetar o mundo inteiro.

c) O avanço da fronteira econômica sobre nichos ecológicos antes equilibrados está mostrando o seu potencial destrutivo. O que acontece na Amazônia, por exemplo, interessa a todos nós.

d) Os grandes centros estão cercados por cinturões de miséria que abrigam a maioria da população das cidades. Gente marginalizada pelo Poder Público, abandonada pelo Estado, vivendo em condições subumanas em um ambiente degradado e insalubre. Gente que só é lembrada no momento das eleições.

f) O Estado e os seus recursos também são objetos de disputa voraz que não consideram os interesses da maioria da população ou a proteção do meio ambiente. Um espaço que é dominado por grupos predatórios (especulação imobiliária, empresas de transportes, empresas de energia, milícias e outras formas de crime organizado, estão entre eles).

g) Países como Japão, Estados Unidos, China, ou mesmo, regiões inteiras como a União Europeia, a zona do Euro e o Reino Unido possuem, todos, dívidas bem maiores que o Brasil em relação aos seus PIB. O que demonstra que a dívida não é um obstáculo ao crescimento econômico ou um empecilho às políticas de bem-estar social.  O déficit público pode, e deve, ser usado para alavancar o desenvolvimento. Precisamos discutir a qualidade e as formas de reprodução do déficit. Para enfrentar os efeitos da pandemia vamos precisar de investimentos do Estado. Investimentos em infraestrutura, em saneamento básico, em transportes, em um serviço público de qualidade com agentes comunitários de saúde, médicos, enfermeiros, professores, bombeiros, pesquisadores, entre outros. Investimentos em saúde, e em ciência e tecnologia, articulados a políticas de industrialização. Precisamos colocar as políticas sociais como parte do estímulo ao dinamismo econômico responsável. Uma economia a serviço da vida e não ao contrário. O ministro Paulo Guedes significa a ruína das condições de vida da população. Uma continuidade e um aprofundamento de uma crise sem precedentes. O governo federal, sob a orientação de Guedes, não só abandona Estados e Municípios, como pretende subjugá-los. É preciso reagir e dar uma resposta contundente nas próximas eleições. Nessa perspectiva, repudiamos pesquisas como as realizadas pelo Instituto Milenium, feitas de encomenda para defender o Estado mínimo e abandonar a população à própria sorte.

Nesse espírito, a Asfoc convoca à luta com a esperança que nutriu os anos 80 e com as convicções e experiências trazidas pelas três décadas de implementação do SUS. Esta luta unitária necessária hoje é a defesa da Soberania Nacional, da democracia social e econômica com grandes mobilizações para confrontar a liquidação dos direitos sociais de cidadania. A unidade dessa luta requer gente, grupos, entidades, sindicatos e movimentos sociais. É preciso aprofundar as pautas da determinação social da saúde, dos direitos sociais e das transformações que apontem por uma sociedade sem desigualdade e efetivamente mais justa.

O momento é grave, exigindo saídas estruturantes, criativas e maior sinergia entre instituições comprometidas com proteção à vida humana. Nessa perspectiva,  a Asfoc tem fortalecido os laços e cooperação com entidades e instituições como Cebes, Abrasco, SBC , academias científicas,  em ações voltadas à promoção do diálogo com a sociedade, na promoção de espaços de participação social, como realizado na Conferência Livre de Saúde do Rio, buscando fortalecer a participação de lideranças comunitária, em todo país”.

Acesse o link e assista ao terceiro episódio do evento Nosso SUS:

https://www.facebook.com/nossosusevento/videos/715657275946543/?t=16

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