Bom dia a todas e a todos. É um prazer participar da Mesa de abertura desse 8º Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica. Iniciativa importantíssima que antecede a 16° Conferência Nacional de Saúde, a 8+8, como está sendo chamada em alusão à histórica 8° CNS. Conferência, como se sabe, que levou a criação do SUS, um avanço civilizatório sem precedentes na nossa história de lutas por condições dignas para todos.
Gostaríamos de saudar os organizadores e participantes pela iniciativa. Iniciativa que se torna particularmente importante no momento em que comemoramos hoje os 70 anos da declaração dos direitos humanos. Oportuna também em uma conjuntura internacional em que os processos de globalização, o avanço do neoliberalismo e dos movimentos conservadores e totalitários criam sérios obstáculos ao desenvolvimento científico e tecnológico dos países periféricos.
Desenvolvimento científico e tecnológico fundamental para o atendimento do quadro sanitário e epidemiológico e para a autonomia desses países. É preciso conectar, a exemplo do conceito do complexo econômico e industrial da Saúde, o desenvolvimento científico e tecnológico com as demandas sociais. Precisamos de Ciência e Tecnologia engajadas. Comprometidas com um projeto de desenvolvimento nacional inclusivo e sustentável.
Um projeto que tenha como objetivo central e prioritário o bem-estar da sociedade, e não os interesses de setores econômicos que hoje ameaçam a possibilidade de implementação de projetos destinados a obtenção de condições dignas e justas para todos. Em uma época que se fala em Estado mínimo e alinhamento automático com os Estado Unidos, nós, da asfoc, consideramos que alguns pontos, sem prejuízo dos demais, são fundamentais na temática abordada pelo simpósio.
É necessário reafirmar o papel insubstituível do Estado tanto na Saúde como em C&T e Inovação; é igualmente importante lutar para que as políticas de ciência, tecnologia, saúde e industrialização se articulem em torno de propostas que associem demandas sociais e desenvolvimento; julgamos fundamental lutar pelo multilateralismo e pela flexibilização do acordo internacional de propriedade intelectual (o acordo TRIPS).
É preciso lutar pela eliminação das assimetrias nas relações internacionais. É preciso garantir o acesso ao conhecimento cientifico e à tecnologia a todos. É preciso ver o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida como um direito das populações. Estamos certos que os debates avançarão no sentido de prover o país da estrutura de saúde e de Ciência e Tecnologia que o país necessita e merece. Sejam todos bem vindos.