Trabalhadores bradam aos quatro cantos: Fora Temer!
E o Castelo da Fiocruz chorou. Chorou pelo desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS). Chorou pelos constantes ataques aos direitos dos trabalhadores. Chorou pelos Projetos de Lei em tramitação que visam exclusivamente estrangular os serviços e o servidores públicos brasileiros. Chorou pelos riscos à democracia e chorou pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
Numa bela manifestação, na manhã desta sexta-feira (10/06), os trabalhadores da Fiocruz, junto a estudantes, movimentos sociais, representantes sindicais e moradores do entorno gritaram em alto e bom som: Fora Temer!
Em uma oficina de cartazes, os participantes puderam exercitar a criatividade e extravasar a angústia do momento político atual. Frases de efeito como “Saúde forte na luta contra o golpe”, “Democracia estuprada” e “Presidente ilegítimo faz mal à saúde” coloriram diversas cartolinas levadas para a manifestação.
Em respeito à população, a paralisação não afetou o compromisso com as atividades assistenciais, de emergência dos hospitais, dos centros de assistências e de produção de vacinas e medicamentos que possam gerar perdas nas linhas já iniciadas. Nestes locais, os trabalhadores aproveitaram para dialogar e esclarecer os motivos do protesto.
Em frente ao Castelo, os parlamentares Jandira Fegalhi (PCdoB – RJ), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Flavio Serafini (PSOL-RJ) apoiaram a manifestação e discursaram também contra o golpe em curso no país.
O vice-presidente da Asfoc-SN, Paulo Garrido, ressaltou que conseguiu propagar a luta dos trabalhadores da Fiocruz durante audiências públicas no Congresso Nacional. Em sessão da Comissão de Direitos Humanos, na Câmara e no Senado, quinta (09/06), ele leu a carta produzida pelo Comitê Fiocruz pela Democracia aos parlamentares, arrancando aplausos e apoio dos deputados.
Em outra audiência na Câmara dos Deputados, que pautava a luta em defesa do SUS e dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), e que tinha na Mesa a participação do diretor da Escola Politécnica, Paulo Cesar de Castro Ribeiro, do Ministério da Saúde, de parlamentares e de representantes dos ACS, Paulinho entregou em mãos a carta do Comitê Fiocruz pela Democracia. O vice-presidente também protocolou o documento no Ministério da Saúde, junto ao ministro Ricardo Barros.
O vice-presidente destacou ainda o apoio total da Asfoc aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) pela revogação das Portarias 258 e 259. Ele relatou as gestões realizadas também no Congresso Nacional essa semana em Brasília, com a participação da Escola Politécnica/Fiocruz. O Sindicato também participou da mobilização em frente ao Ministério da Saúde, que culminou numa vitória parcial dos agentes – os efeitos das portarias foram suspensos temporariamente. Paulinho lembrou que a luta continua.
O Ato Ocupa Fiocruz foi encerrado com uma marcha dos trabalhadores, acompanhados pelo projeto Cultural da Asfoc-SN Bateria Batuca Oswaldo, do Pavilhão Mourisco até a Avenida Brasil.
Mais cedo, a presidente da Asfoc, Justa Helena Franco, também participou do piquete no Instituto Fernandes Figueira, no Flamengo, panfletando os motivos da paralisação. Logo depois, Justa esteve presente ao Ato do Fórum dos Servidores Federais do Rio de Janeiro, no Largo da Carioca, no Centro da cidade, em defesa do serviço público, contra a precarização e a privatização, Fora Temer! “Defendemos um serviço público de qualidade para atender a população, que paga impostos altíssimos e tem o direito de receber contrapartida com serviços dignos. Este governo golpista, que aí está, quer reduzir os nossos direitos e precisamos dizer não”, afirmou a presidente do Sindicato.
A direção da Asfoc, com trabalhadores que compõem o Batuca Oswaldo, participará do Ato Nacional “Fora Temer”, no Centro da cidade. Ainda hoje, o Sindicato também dará apoio aos militantes que estão ocupando o Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Rio (NERJ).
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