A Asfoc-SN participou hoje (05/12) do 2º Fórum Fiocruz de Memória, em homenagem ao médico e sanitarista David Capistrano, no Salão de Conferência Luiz Fernando Ferreira, no Centro de Documentação e História da Saúde da Casa Oswaldo Cruz (CDHS/COC). O presidente do Sindicato, Paulo Garrido, fez parte da Mesa de abertura e elogiou a iniciativa.
“Preservar a memória institucional e daqueles que cotidianamente constroem o campo da saúde pública é também preservar o ideal e a luta de gente como Sergio Arouca e Davi Capistrano por um país melhor”, afirmou.
Paulinho panfletou ainda informativo sobre a semana de mobilização em Brasília contra a Reforma Administrativa e o cartaz de convocação para o Seminário “O impacto do pacote fiscal do governo Bolsonaro sobre os serviços e servidores públicos”. O evento, promovido pela Asfoc, acontecerá na próxima segunda-feira (09/12), às 13 horas, no Auditório Internacional da Ensp.
Também integrando a Mesa, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, comemorou o fato da família tornar os documentos de David Capistrano em um bem público. “Que a sociedade possa ter acesso, os pesquisadores possam se debruçar e, principalmente, pelo exemplo de David, se possa inspirar os projetos do futuro”.
Diretor da Casa de Oswaldo Cruz, Paulo Elian ressaltou a atuação de David Capistrano como exemplo a ser seguido. “São marcas que nós devemos trazer: do combate, do pensamento crítico, de uma proposta de uma sociedade justa e igualitária, de uma saúde voltada para todos, da luta permanente e da ação de um intelectual público”, finalizou.
Confira na íntegra o discurso de Paulo Garrido sobre o trabalho de preservação da memória:
Preservar a memória institucional e daqueles que cotidianamente constroem o campo da saúde pública é também preservar o ideal e a luta de gente como Sergio Arouca e David Capistrano por um país melhor.
Um país inclusivo e soberano com oportunidades iguais e condições digna para todos.
É reafirmar que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado.
É reafirmar a ciência como instrumento a serviço da vida e do bem-estar da sociedade.
É reafirmar o papel da ciência e da tecnologia como elementos cruciais do desenvolvimento que se pretende sustentável e socialmente justo.
É reafirmar que não há desenvolvimento sem bem-estar social.
É reafirmar que o bem-estar social e a dignidade humana devem estar no centro de qualquer projeto decente de país.
É reafirmar a prioridade da vida e da dignidade em todas as políticas públicas.
É lembrar que a ciência não se resume a métodos, teorias e instrumentos, mas se constitui em campos e atividades complexas que contam com pessoas necessárias em posições diversas e, infelizmente, nem sempre valorizadas.
É lembrar que a ciência é uma atividade repleta de história, cultura e valores.
Uma atividade imersa em contextos socioeconômicos e institucionais que propiciam o avanço do conhecimento ou criam obstáculos ao seu progresso, abrindo caminho para a censura, o obscurantismo e a barbárie.
É reafirmar a necessidade e a urgência de uma ciência comprometida com a justiça social, com a responsabilidade ambiental e com os valores da civilização.
A Fiocruz, em seus quase 120 anos de história, já enfrentou conjunturas adversas como o Massacre de Manguinhos. Conseguimos ultrapassar todos esses momentos e todas essas agressões.
Desde da geração de Oswaldo Cruz e Carlos Chagas essa instituição luta por um país melhor. Essa é uma de nossas marcar constitutivas.
Em períodos de crise ou em momentos de superação, sempre soubemos preservar a nossa história e nossos melhores valores que, cabe ressaltar, não são poucos.
É justamente este conjunto de valores e realizações que, ao lado da luta que se trava agora, nos faz sentir orgulho de ter e ser Fiocruz.
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