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5º Fórum das Regionais

25/09/2020

A Asfoc-SN promoveu na quinta-feira (24/09) o último painel do ciclo debates do 5º Fórum das Regionais do Sindicato. Sob o tema “Os impactos do retrocesso das políticas públicas na vida das mulheres e da população negra”, a assistente social do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescentes Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Roseli Rocha, e a dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), Luciana Melo, fizeram um recorte de raça e gênero sobre o assunto nos tempos atuais.

Nesta sexta-feira (25/09), os dirigentes da Diretoria Executiva Nacional e das Coordenações Regionais se reuniram para avaliação interna. Na parte da tarde, houve plenária de encaminhamentos de agenda e ações de mobilização para enfrentar as propostas de destruição do serviço público.

Em sua fala, o presidente da Asfoc-SN, Paulo Garrido, destacou as ações das populações mais vulneráveis no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. “Os movimentos sociais, populares, as comunidades carentes estão se organizando e superando vários obstáculos neste momento de ausência total deste Estado ultraneoliberal e destruidor de políticas públicas. Muitas destas conquistas recentes são exemplo de cidadania e solidariedade no enfrentamento da covid-19”, elogiou.

Para ele, é preciso colocar os pobres, os negros e os trabalhadores brasileiros na direção das políticas públicas. “Nós podemos e podemos muito contra o genocídio do povo negro, contra a violência doméstica. Podemos enfrentar a mortalidade materna e precisamos formular políticas públicas contra o feminicídio das mulheres negras e das cis-trans”, defendeu Paulinho.

Apresentando e mediando o debate virtual, a vice-presidente do Sindicato, Mychelle Alves, ressaltou que todas as vidas importam e relembrou uma frase pronunciada pela ex-vereadora Marielle Franco pouco antes de ser assassinada no Rio de Janeiro. “Não seremos interrompidas! Sigamos na luta e na resistência por um país mais justo e igualitário. Vidas negras importam, vidas indígenas importam, vidas quilombolas importam. Todas as vidas importam”, frisou.

Luciana Melo fez um resgate histórico dos retrocessos das políticas públicas desde 2016, ano do impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff. E listou: a Emenda Constitucional 95, congelando investimentos em Saúde e Educação por 20 anos; Reforma Trabalhista, com ampliação da terceirização e precarização das relações de trabalho; Reforma da Previdência e, mais recentemente, a proposta de Reforma Administrativa, com o objetivo de desmontar o Estado e atacar os serviços e servidores públicos. 

“Quando falamos de demonstre de políticas públicas, de ataques aos direitos trabalhistas, o impacto é maior na vida das mulheres, sobretudo as negras, as das periferias e as indígenas. Esses desmontes impactam negativamente na vida das mulheres, porque já carregam um peso muito grande nas costas: múltipla jornada, inúmeras tarefas (profissional e doméstica) e a educação dos filhos”, disse.

Com o impacto da pandemia, a situação agravou-se ainda mais. Passando mais tempo em casa, houve o aumento da violência doméstica. Simultaneamente a essa questão, ocorreu também o desmonte da Secretaria de Políticas para as Mulheres vítimas de violência em São Paulo. Luciana Melo acrescentou ainda a violência institucional enfrentada pelas mulheres no combate ao covid-19. “Temos a violência por falta de políticas públicas para as mulheres que fazem atendimento sem EPIs, sem orientações, sem testes. Isso é o mínimo para se fazer um atendimento de qualidade”, afirmou, acrescentando que quase metade das mulheres chefia os lares do país.  

Outro assunto abordado foi o anúncio feito pela loja Magazine Luiza para o processo de seleção de treinees, voltada exclusivamente para candidatos negros. Para Roseli, o movimento de resistência à campanha de contratação de pessoas negras é histórico. “Desde o advento das cotas para a população negra. Não adianta você falar que não é racista. Você tem que ser antirracista. Essas pessoas não querem abrir mão dos seus privilégios. (...) Racismo é estrutura de poder. Os negros estão ausentes nestes espaços”.

Para ela, o que a empresa faz é promover ações afirmativas. “Elas existem para reparar, diminuir desigualdades históricas, étnico raciais, de gênero. E ela (Luiza) se justificou: estou fazendo isso porque na minha empresa só tem branco. Ações afirmativas vão tratar de maneira desigual a desigualdade. Os brancos já são maioria. O objetivo sob a perspectiva da equidade é buscar diminuir esses níveis alarmantes de desigualdade”.

Acesse o link e assista ao debate na íntegra: https://www.facebook.com/asfocsn/videos/2753727224901913/

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