Home
> Publicações
> Jornal
[junho/julho de 2000]
Semanas
Inesquecíveis
A histórica carreata, os atos públicos e a greve
vitoriosa. Nossa resposta foi rápida e decidida. Obrigamos
o Governo a recuar, não permitindo a expropriação salarial.
Festejamos a vitória ao mesmo tempo em que as comemorações
do Centenário alcançavam seu ponto alto, com simpósios científicos
internacionais, apresentações musicais, artísticas, culturais,
esportivas e uma festa que iluminou o Castelo Mourisco e o
coração de toda comunidade.
Mostramos nossa alegria em participar deste
momento tão importante, valorizando o maior patrimônio desta
Casa: o trabalho de seus servidores que, ao longo destes cem
anos, contribuíram para que a Fiocruz se tornasse o que é
hoje.
E queremos mais...
Queremos construir também o futuro da Fiocruz,
refletindo e participando ativamente de sua transformação
em Agência Executiva. Queremos garantir que saúde, ciência
e tecnologia estejam definitivamente ligadas ao futuro de
nossa sociedade, com justiça social e qualidade de vida para
todos.
Editorial
Ações Trabalhistas
Fiocruz em Greve
Festa dos Cem anos da Fiocruz
Reajuste Salarial
Agência Executiva Fiocruz
Traduzindo o Economês
Espaço Unifoc
Balanço Patrimonial
Cartas do Leitor
Expediente
Centenário com
muita mobilização
Desafio é manter o pique
Teve
carreata contra a diminuição do nosso salário; teve ato público
na porta do IBGE (no centro do Rio) em defesa de reajuste
salarial digno e sem exclusões; teve pressão política numa
tensa reunião realizada no Castelo com o Ministro José Serra
na busca de liberação do Plano Bresser; teve mobilização todas
as semanas em Brasília para que o Senado e depois a Câmara
dos Deputados qualificassem e valorizassem a carreira de C&T
como exclusiva de Estado; teve servidor entupindo os correios
eletrônicos de deputados e senadores para que votassem direito
e de acordo com os interesses do País; teve assembléia no
Castelo, na portaria da Av. Brasil e até na estação do trem
do Museu da Vida (por causa da chuva) para deflagrar a greve
que assegurou os 26,06% do Bresser no contra-cheque,
depois para suspender o movimento e comemorar
a vitória sobre o Governo (que teve que recuar frente à nossa
mobilização); teve até panfleto bilíngue (português na frente,
inglês no verso) para denunciar aos pesquisadores nacionais
e estrangeiros presentes no Simpósio do IOC as péssimas condições
de trabalho e de salário que marcam o nosso dia-a-dia.
Quer mais? A Comunidade de Manguinhos ainda
encontrou garra e disposição para comemorar os 100 anos com
o "Fiocruz de Portas Abertas", show de Luis Melodia,
dois simpósios, duas sinfonias no Teatro Municipal e uma festa
de arromba para fechar as comemorações com muito samba, pista
de dança, homenagens e emoção.
Quer mais? Teve o apoio explícito e o reconhecimento
tanto da sociedade quanto da mídia em relação ao nosso movimento
de defesa e melhoria salarial e ao papel que a Fiocruz cumpre
na busca de melhores condições de vida e saúde para nossa
população. As páginas dos jornais, as telas de TV, as linhas
telefônicas interligadas à Internet e as ondas de rádio nunca
trataram tanto e de forma tão diversificada da Fiocruz.
Não há exagero nenhum ao se afirmar que as semanas
que cercaram as comemorações do centenário da Fiocruz foram
marcadas pelo que melhor traduz o espírito desta Instituição:
mobilização, garra, compromisso com o futuro e exemplo de
cidadania.
Quer mais? Essa "coisa toda" continua
acontecendo, todo dia. Na hora em que você pegar neste jornal,
tenha a certeza de que alguma peça dessa engrenagem estará
em movimento.
Há momentos, é claro, que faltam pernas, braços
e às vezes até garganta para dar conta de tudo. Mas aí todos
nós fazemos "das tripas coração" e estimulamos um
ao outro para que o motor não pare.
Hoje, esse é nosso maior desafio: manter o pique,
nos organizar cada vez mais e melhor, sedimentar a unidade
desta Instituição tão cara a todos nós que nela trabalhamos
e tão necessária ao nosso povo.
Além dos desafios que tanto nos mobilizaram
nessas últimas semanas (e que não estão totalmente superados),
ainda temos pela frente, no segundo semestre, tarefas imensas
como qualificar a Fundação Oswaldo Cruz como Agência Executiva
nos moldes que queremos (mantendo seu caráter público e estratégico),
assegurar o reconhecimento do processo democrático de escolha
do futuro Presidente da Fiocruz, renovar a Direção da nossa
Asfoc de forma a garantir que nosso movimento não perca a
combatividade e a responsabilidade que nos caracteriza e avançar
ainda mais na nossa capacidade de mobilização e organização.
Como se vê, não são tarefas para poucos. Sermos
vitoriosos em tantas empreitadas dependerá de cada um que
se proponha a apoiá-la e participar de forma ativa no esforço
de superação dos desafios que se colocam no nosso caminho.
O exemplo do último mês nos serve de guia e de lição. É para
manter este pique que cada um de nós está convocado.
A DIRETORIA
Retorna
Ações
trabalhistas
A ação ajuizada pelo Sindsprev
contra a Fiocruz para garantir o pagamento dos atrasados
e a incorparação dos 28,86 % integrais ao contracheque
dos servidores encontra-se em fase de execução. O Departamento
Jurídico da Asfoc está aguardando que o Juiz da 12º
Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, Roy Reis
Friedes, decida nomear um perito para a elaboração do
cálculo dos valores a serem pagos a cada servidor. Segundo
o advogado Arão da Providência, o objetivo é que a sentença
do Juiz seja homologada até 30 de junho, para que o
montante a ser pago seja incluído no orçamento de 2001.
Nesta entrevista o advogado da Asfoc fala sobre a situação
atual e as perspectivas para a ação dos 28,86 %, além
de outras ações que estão sendo encaminhadas pela Asfoc. |
Existe o risco de o pagamento
deste passivo demorar tanto quanto o relativo às perdas
do Plano Bresser?
Arão - Para evitar a formação
de um precatório de valor alto, como no caso do Bresser, o
que dificulta seu pagamento efetivo, a nossa estratégia é
formar precatórios para grupos menores de servidores. Estes
grupos poderiam ser formados, por exemplo, por servidores
de um determinado setor que não assinaram o acordo com o governo,
no entanto a pertinência desta estratégia ainda precisa ser
verificada.
Como
está a situação dos servidores que assinaram o acordo para
o receber parcelados os 28,86%? O governo está sinalizando
com a possibilidade de um novo acordo, isso aconteceria agora
em melhores condições para os servidores?
Aqui na Fiocruz, cerca de 70%
dos servidores optaram pelo acordo e já receberam três das
14 parcelas previstas para o pagamento em sete anos. O acordo
que será proposto agora tem as mesmas condições anteriores,
o que muda é o número de parcelas, que serão 11, para que
os pagamentos terminem todos em sete anos. Ainda não existe
uma previsão de quando o novo acordo será proposto, mas talvez
aconteça junto com o novo PDV.
De qualquer forma, não é vantagem
para o servidor assinar o novo acordo, até porque a nossa
ação está nesta fase de execução. Mesmo que com a nossa ação
o servidor não receba o valor integral e sim o compensado
que o governo divulga na internet, que varia de 13 a 16%,
ainda assim é mais vantajoso porque teremos a correção da
Ufir + 6% ao ano, além do montante ser pago de uma só vez.
Tempo
de Serviço
para aposentadoria |
A Asfoc está retomando
também o processo relativo à contagem diferenciada do tempo
de serviço para efeito de aposentadoria dos servidores que
recebiam taxa adicional de insalubridade, como isto está sendo
encaminhado?
Temos uma ação com liminar,
a Justiça decalara que o governo tem que aposentar com um
tempo especial aqueles servidores que estavam expostos a agentes
químicos e biológicos e recebiam insalubridade. Esta ação
não foi acatada pelo governo. Agora, estamos recolhendo material
de alguns servidores e vamos entrar com uma nova ação coletiva
para beneficiar todos aqueles que estavam expostos a estes
tipos de agentes.
E como está a
ação que trata das perdas referentes aos "cinco níveis"?
O governo retirou esta
vantagem pessoal em 96, alegando que não existia uma lei que
a regulamentasse, que ela tinha sido determinada por uma mera
rubrica. Essa atitude é ilegal, porque a vantagem já
tinha sido incorporada aos vencimentos dos servidores e não
poderia ser retirada assim unilateralmente.
Nós solicitamos de cada servidor material que comprovasse
que recebiam a vantagem desde 92 e em breve vamos ajuizar
a ação.
Reajuste
na Tabela do
Imposto de Renda |
Uma nova ação,
inspirada pela campanha Chega de Confisco, pretende o reajuste
da tabela do imposto de renda. Qual argumentação o Departamento
Jurídico pretende utilizar?
O desconto no Imposto
de Renda referente ao limite de dedução e gastos com educação,
está congelado desde 95, no entanto, não existe congelamento
para as mensalidades das escolas, dos planos de saúde, para
as despesas com dependentes. Isso é ilegal porque o governo,
desta forma, acaba tributando o contribuinte indevidamente.
Não é à toa que o governo aumentou a arrecadação de tributos,
principalmente das pessoas físicas.
Em função disso, a Justiça
vem concedendo liminares para que se reajuste o valor dos
descontos. Essa atitude do governo fere vários direitos do
cidadão, como o da segurança e o da igualdade econômica. Queremos
que a devolução do imposto de renda seja corrigida de acordo
com a inflação desse período, atualizando o desconto para
as despesas do contribuinte e seus dependentes. A Asfoc já
ajuizou Mandado de Segurança junto ao Juiz Federal Wilney
de
Azevedo Silva, da 2ª
Vara Cível do Rio de Janeiro. Esta ação foi encaminhada pelas
listagens genéricas e só será beneficiado quem assinou àquela
autorização.
Retorna
O Abraço ao Castelo encerrou o
bem sucedido protesto
faz carreata e ato
público nas ruas do Rio
Movimento faz Governo
recuar e dá novo fôlego à
Agência Executiva Fiocruz
O Governo agiu como sempre: ignorou o Poder
Judiciário e tentou enfiar pela goela dos servidores, pela
Portaria nª 77, um corte salarial de 26,06% referente à reposição
das perdas com planos econômicos. A reação, no entanto, veio
à altura e de várias instituições públicas.
Na Fiocruz, a ordem era botar a "boca no
trombone". E assim foi feito. Numa mobilização recorde,
no dia 9 de maio, toda a Fundação, incluindo os Centros Regionais,
amanhecia em Greve Geral por tempo indeterminado e
saía do campus de Manguinhos uma carreata com mais de 200
carros, trio elétrico, bandeiras e apitos. O destino era o
Ministério da Fazenda, transformado em palco para o ato público
contra o corte salarial.
No campo judicial, a ASFOC dava início a uma
estratégia traçada pela Assessoria Jurídica, movendo contra
a Fiocruz uma "Ação de Atentado", que visava garantir
o direito dos servidores à manutenção dos 26,06% em seus contracheques.
A mobilização dos servidores da Fiocruz foi
notícia nas principais TVs, rádios e jornais do país. Os impactos
da paralisação da produção de medicamento e vacinas, das pesquisas
e do antendimento em saúde saltaram aos olhos da população
e repercutiram intensamente junto aos Ministérios da Saúde
e do Planejamento.
|
Sem atrapalhar
o trânsito, cerca de 200 carros percorreram as ruas do
Centro da Cidade |
Resultados
Rápidos
Na noite do próprio dia 9, o Juiz José Antonio
Piton concedia liminar favorável aos servidores na "ação
de atentado" movida pela ASFOC. Além disso, 48 horas
depois do início da greve, o Ministro do Planejamento, Martus
Tavares, assinava a Portaria nº 93, que suspendia os efeitos
da Portaria nº 77, "até que sejam analisados os processos
que contemplam decisões judiciais".
Mobilização
impressiona Ministério da Saúde
O impacto da greve e da carreata realizadas
na Fiocruz ultrapassou a simples vitória contra a expropriação
salarial. Para a Diretoria da Associação, a mobilização dos
servidores trouxe força e respaldo para a ASFOC e a Fundação
lutarem também por outras melhorias para a Carreira.
Essa avaliação foi confirmada pelo Presidente
da Fiocruz, Elói Garcia, durante a abertura do Seminário
Fiocruz Presente e Futuro no dia 8 de junho. Ele relatou
aos presentes que o Ministro José Serra se disse impressionado
com a força dos servidores da Fundação e garantiu que a Greve
deixou clara a necessidade de acelerar a criação da Agência
Executiva Fiocruz e trabalhar sobre um Plano de Carreira exclusivo
para a Instituição.
|
Na parada da carreata,
os servidores fizeram um protesto em frente ao Ministério
da Fazenda |
Retorna
As comemorações do Centenário da Fiocruz
foram marcadas por muita emoção e orgulho. Discutindo saúde
e ciência, praticando esportes e admirando diversas formas
de arte, nossa comunidade e muitos visitantes homenagearam
a Fundação, reverenciando seu passado e planejando um futuro
de novas e importantes contribuições para a sociedade. Entre
todos os eventos comemorativos, foi na festa do dia 26 de
maio que a Fundação celebrou seu maior patrimônio: as várias
gerações de funcionários que, com o seu trabalho, construíram
a grandeza de nossa instituição.
Servidores, bolsistas, trabalhadores terceirizados,
cooperativados, alunos em geral, reuniram-se para confraternizar
em um festa animada por música da melhor qualidade e iluminada
por um belo espetáculo de fogos de artifício. As mesinhas
em torno do Castelo já estavam totalmente ocupadas, quando
subiu ao palco um grupo de sambistas da melhor tradição carioca.
Músicos nota dez e intérpretes e compositores do naipe de
Noca da Portela, Monarco, Walter Alfaiate, Marquinhos de Oswaldo
Cruz e a Velha Guarda da Mangueira.
Uma queima de fogos, como nunca havia se visto
na Fundação, anuciou o momento mais importante da noite: a
solenidade de entrega da Medalha Comemorativa, cunhada especialmente
pela Casa da Moeda do Brasil em homenagem ao Centenário da
Fiocruz. O primeiro a receber a homenagem, em nome de todos
os trabalhadores da Fiocruz, foi o Diretor Geral da Asfoc,
Álvaro Nascimento.
Os servidores aposentados - representados pelo
Diretor Geral da Unifoc, Dr. Newton Postch Magalhães - também
foram homenageados com a medalha. Em seguida, foi a vez dos
ex-Presidentes da Fiocruz, do coordenador das atividades do
Centenário, Paulo Gadelha, além dos sevidores mais antigos
da Fundação e de cada uma das unidades. A cerimônia culminou
com a entrega de medalhas aos membros do Conselho Deliberativo
da Fiocruz (ver box).
O Centenário do Instituto Oswaldo Cruz, também
mereceu destaque especial nesta noite de homenagens, com o
Diretor do IOC, Dr. José Rodrigues Cora, recebendo de todos
os presentes o reconhecimento do papel desempenhado pelo Instituto
na origem e ao longo da existência da Fundação.
Antes que tivesse início o Baile animado pela
Orquestra Tabajara, o Prof. Elói Garcia, em seu discurso de
encerramento, estendeu a homenagem a toda comunidade de Manguinhos:
- A Fiocruz é feita da alma coletiva das pessoas
que estão aqui. É esta alma que produz a energia que tem mantido
o nosso vigor, capaz de enfrentar os momentos muitas vezes
difíceis e incertos que a instituição tem superado ao longo
da sua história.
Contemplados
com a medalha |
|
|
Asfoc e Unifoc
CD Fiocruz
Presidente e ex-
Presidentes da Fiocruz
Elói Garcia, Vinicius da Fonseca, Guilardo
Martins Alves, Sérgio Arouca, Akira Homa, Luis Fernando
Ferreira, Hermann Schatzmayr, Euclides Ayres de Castilho
e Carlos Médicis Morel
Coord. do Centenário
Paulo Gadelha
Servidores mais
antigos da Fiocruz
Ítalo Rodrigues de Araújo Sherlok, Sylvio
Celso, Jones da Silva, José Jurberg, Nelson da Silva
Santos
Servidores mais
antigos das Unidades
Dauto Freitas da Silva, Maria de Fátima
Alves Beliz, Antonio Carlos dos Santos, Jorge Lopes
Leite, Lisabel Espellet Klein, Luiz Augusto de Araújo
Batista, Silvio Valle Moreira, Cícero Batista, José
Barbosa Ferreira Filho, Ivani Cutis dos Santos, José
de Oliveira, Armando Schubach, Aloísio Rodrigues, Marilene
Medeiros Teixeira, Sebastião Teixeira de Almeida, Alice
da Graça Valença Pimentel, João Baptista de Azevedo,
Pedro Nascimento, Guiomar Cristina Lira dos Santos |
Retorna
Reajuste
Salarial:
MP pode
ser publicada até fim de junho
|
Servidores fazem ato público em defesa
da Ciência e Tecnologia e conseguem aprovação da proposta
de reajuste salarial defendida pelo Fórum de C&T
Álvaro Nascimento alertou aos presentes
para possíveis manobras do
Ministério do Planejamento no sentido de alterar o texto
da proposta de reajuste salarial apresentada pela CNEN
No dia 26 de maio, os servidores da área de C&T ultrapassaram
uma nova etapa rumo à conquista de uma tabela salarial mais
justa para a carreira. O II Dia Nacional em Defesa da
C&T a Serviço da Sociedade com Salários Dignos
fechou uma das vias da Avenida Franklin Roosevelt e concentrou
na porta do IBGE mais de 1500 servidores vindos de várias
instituições de C&T do País.
Graças à mobilização, o Grupo de Discussão (GD), que realizava
no mesmo dia uma importante reunião na sede da Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN), referendou a proposta de reajuste
salarial formulada originalmente pela CNEN e referendada pelo
Fórum de C&T.
No início de junho, a proposta original foi apresentada ao
Grupo Técnico, formado pelos Ministérios do Planejamento e
da Ciência e Tecnologia, responsável pela elaboração da Medida
Provisória que reajustará os salários da Carreira. Segundo
o Subsecretário de Assuntos Administrativos do Ministério
da Ciência & Tecnologia (MCT), Edmundo Taveira, o Ministério
do Planejamento está avaliando o impacto financeiro da proposta.
A informação foi passada durante reunião do GD, em Brasília.
Apesar das indicações serem positivas, os representantes
dos servidores estão vigilantes às possíveis tentativas de
alteração na proposta, que possam surgir no Ministério do
Planejamento. Segundo o Diretor da ASFOC, Álvaro Nascimento,
nunca é demais lembrar que "esse é o Ministério que corta,
que discrimina e mantém funcionando a atual política econômica
do Governo FHC de aprovar um salário mínimo de R$151,00, enquanto
transfe R$150 bilhões para o pagamento dos juros e créditos
de banqueiros nacionais e internacionais".
Com a proximidade das eleições municipais, a publicação da
MP com o reajuste salarial deverá acontecer, provavelmente,
no final de junho.
Proposta
de Reajuste Salarial |
Seria Criada a Gratificação de Atividade de
Desempenho em Ciência e Tecnologia (GADCT)
correspondente a:
GADCT |
|
35% VN (para Nível Superior)
20% VN (para Nível Intermediário)
15% VN (para Nível Auxiliar) |
Desta forma, o Salário Novo (SN) ficaria:
SALÁRIO
NOVO
(SN) |
|
VN |
|
GADCT |
Ganho
Sobre o Salário Atual
Com
Doutorado: 46,48%
Com Mestrado: 41,7% |
Com
Especialização: 38,75%
Com Graduação 36,25% |
Com
especialização: 21,33% |
Sem
especialização: 20% |
Básico:
15% |
Com
Especialização: 12,71% |
|
|
Asfoc defende C&T no
Centenário da Fiocruz
A ASFOC teve uma importante participação política
nas comemorações do Centenário Fiocruz. Nos principais eventos
da agenda, como simpósios científicos e nas atividades abertas
ao público, a Associação marcou presença e reforçou a luta
em defesa da C&T.
Durante a realização do Fiocruz Portas
Abertas, no dia 21 de maio, a ASFOC montou um estande
e distribuiu adesivos da Campanha Salarial. Na abertura do
Simpósio Internacional Perspectivas da Pesquisa Biomédica
no Século XXI, que trouxe à Fundação pesquisadores renomados
no Brasil e no Exterior, foram distribuídas cartas (bilíngües)
para sensibilizar os companheiros sobre a postura de descaso
do Governo com a área de C&T.
No dia oficial do aniversário da Fiocruz (25
de maio), a Diretoria da ASFOC conseguiu uma audiência de
40 minuntos com o Ministro José Serra, que estava em visita
à Instituição. Além das pautas internas relativas aos servidores
da Fiocruz, como a liberação do Plano Bresser e o corte dos
26,06% no contracheque, no encontro, os diretores pediram
o apoio de Serra nas negociações que possibilitarão um aumento
salarial para a categoria e na aprovação do PLC 248/98, onde
a C&T será incluída no rol das Carreiras Exclusivas de
Estado.
O Ministro se dispôs a discutir a questão com
o Minstério do Planejamento e afirmou que nunca seria contrário
ao aumento salarial em instituições ligadas ao Ministério
da Saúde, reconhecendo como "absurdos" os salários
pagos aos servidores da área.
Retorna
Agência
Executiva Fiocruz
está a caminho
|
As discussões sobre a qualificação da Fiocruz
como Agência Executiva têm revelado que a comunidade está
cada vez mais consciente da necessidade de mudanças na autal
estrutura da Fundação. No dia 8 de junho, o seminário Gestão:
pensando novas formas a partir dos problemas, organizado pela
Presidência, trouxe à instituição figuras de expressão no
contexto da gestão pública. Os convidados mais esperados,
o Ministro José Serra e a Secretária de Gestão Ceres Alves
Prates, não compareceram.
Estatuto da
Fiocruz
já foi assinado
Na abertura, o Presidente Elói Garcia transmitiu
importantes informes de sua recente reunião com Serra. Segundo
Elói, o Ministro garantiu que o Estatuto da Fiocruz já foi
assinado por ele e pelo Ministro da Planejamento, Martus Tavares,
e estaria na Casa Civil para os trâmites finais. De
acordo com Elói, "apesar da demora, a aprovação foi uma
grande vitória para os servidores porque o Estatuto, da maneira
como foi aprovado, garante à instituição uma nova estrutura
e a possibilidade de novas conquistas. Além disso, incorporou
o Congresso Interno como órgão máximo de representação da
comunidade; oficializou o Conselho Deliberativo e o Conselho
Superior; incluiu como Unidades da Fundação o Hospital Evandro
Chagas e o Centro de Criação de Animais de Laboratório (CECAL);
manteve a Lista Tríplice como instrumento democrático para
a eleição dos futuros presidentes e não promoveu cortes dos
cargos comissionados (DAS)". Apesar do otimismo do Presidente,
como uma análise preliminar, a ASFOC já observou alguns problemas
no Estatuto aprovado, como o artigo que trata da eleição dos
dirigentes, que foi fundamentalmente alterado quando exclui
a frase "indicados pela comunidade".
Ministério
da Saúde aprova
Fiocruz Agência Executiva
Em outro ponto da reunião, o Ministro disse
que o processo de qualificação da Fiocruz como A.E. já foi
aprovado pelo Ministério da Saúde e está sendo submetido ao
Ministério do Planejamento. Segundo Serra, a idéia é de que
no primeiro ano as Unidades e Conselhos Deliberativos trabalhem
na mudança da estrutura gerencial, havendo inclusive a possibilidade
de contar com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID). De acordo com Elói, a recente greve dos servidores
da Fiocruz sensibilizou o Ministro, que abriu a possibilidade
de ser formulado um Plano de carreira específico para a Fundação.
"Para gerenciar a Fiocruz não posso depender de outros
ministérios", justificou Serra.
"Gestão
de instituições
de Ciência e Tecnologia"
A primeira etapa do Seminário se propôs a abordar
a Gestão de instituições de C&T. Para tanto foram convida
dos o Diretor Científico da FAPESP, José Fernando Perez, o
Superintendente da FAPERJ, Antônio Celso Pereira e a Gerente
de Projetos do Ministério do Planejamento, Helena Pinheiro,
que será a condutora do processo de transformação da Fiocruz
em A.E., neste Ministério.
As exposições de José Fernando e Antônio Celso
estiveram centradas no relato dos projetos desenvolvidos pela
Fapesp e Faperj, respectivamente, e a relação gerencial com
suas fontes patrocinadoras. Como experiência para a Fiocruz,
ficou a necessidade de uma política que promova um balanceamento
entre o apoio à pesquisa livre e o estabelecimento de certos
projetos indutores, com maior nível de integração e produção,
voltados para objetivos e metas. A realidade das duas organizações
mostrou que a Fiocruz, como órgão estratégico do Estado, deverá
se preparar para duas linhas principais de atuação. A primeira
é o apoio geral à atividade de pesquisa e de C&T,de acordo
com o mérito e uma perspectiva de estímulo à criatividade.
A segunda é o estabelecimento de programas induzidos onde
a relevância ganha uma colocação especial e o mérito aparece
como uma pré-condição.
Em sua apresentação, Helena Pinheiro reafirmou
o novo tratamento que a Reforma Administrativa está dispensando
às instituições públicas, baseado no conceito cidadão/cliente
- resultado - gestão empreendedora. A Gerente defendeu
o Contrato de Gestão como a única forma de profissionalizar
a relação com as Instituições e se mostrou segura quanto à
capacidade da Fiocruz fazer um contrato de resultados com
o Ministério do Planejamento. Quanto ao Plano de Carreira
específico, Helena alertou que será um ponto de dificuldade
de aprovação no Ministério, mas não completamente impossível.
"É uma questão que faz parte desta nova etapa de desafios",
disse.
"Gestão
da Fiocruz |
no
contexto da Gestão de C&T" |
A parte da tarde do Seminário
foi dedicada ao tema Gestão da Fiocruz, no Contexto
da Gestão de C&T. Os expositores foram Alberto
Duque Portugal, Diretor-Presidente da EMBRAPA; Sérgio
Salles, do Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa
e Inovação(GEOPI/UNICAMP); Luiz Hidelbrando Pereira,
do CEPEM e Januário Montoni, da Agência Nacional de
Saúde Suplementar.
Alberto Portugal, com a
experiência da Embrapa, e Sérgio Salles, abordando algumas
experiências analisadas pelo GEOPI, trataram de novos
modelos de gestão. Em suas exposições ficou clara a
necessidade de que os sistemas de planejamento sejam
dinâmicos, para dar conta de focos móveis que exigem
flexibilidade para lidar com a inovação.
A importância da profissionalização
da gestão foi outra questão apontada, sem a qual não
se pode assumir compromissos com metas e objetivos que
um contrato de gestão pressupõe. É necessário canalizar
investimentos institucionais na estrutura de planejamento,
administração e de recursos humanos.
Do modelo de avaliação utilizado
pela EMBRAPA, destacaram-se as questões de mérito e
relevância que devem ser critérios aplicados de maneira
diferenciada nas diversas áreas, mas podem conviver
em um mesmo sistema. No caso da Fiocruz, ao apresentar
uma proposta de Agência Executiva, é fundamental que
seja discutida a relevância da Fundação na política
nacional de saúde, a avaliação do mérito deve ser encarada
como uma pré-condição para todas as atividades realizadas
pela instituição. |
Retorna
Banco Central
confessa:
"ajuda" aos bancos custou 300
anos do Orçamento da Fiocruz
Álvaro Nascimento*
R$
34 bilhões (ou 300 anos do Orçamento da Fiocruz). Este é o
prejuízo causado aos cofres públicos pelo tão nebuloso quanto
famoso "Programa de Reestruturação do Sistema Financeiro"
(Proer), tramado pela equipe econômica de Fernando Henrique
desde o início do Plano Real. Os números exatos estão estampados
no balanço das demonstrações financeiras do Banco Central
relativo a 1999, os prejuízos serão ilimitadamente absorvidos
pelo Tesouro e não se fala mais nisso. Aí estão enfiados tanto
os recursos do Proer quanto outros mais,
destinados à cobertura do furo de reservas gerado pelas instituições
que quebraram. O curioso é que para evitar a aprovação de
um salário mínimo de míseros R$ 177, FHC pintou e bordou no
Congresso, afirmando que o rombo de R$ 8 bilhões que o aumento
causaria nos cofres da Previdência seria insuportável, colocando
em risco a estabilidade (sic) econômica. Pois sua equipe doou
a fundo perdido mais de quatro vezes esta quantia para banqueiros
falidos e fraudadores e o Imperador não viu nenhum problema
nisso. Ele deveria pedir desculpas ao País, pois garantira,
ao lançar o Proer, que não seriam utilizados recursos públicos
no Programa, mas apenas dinheiro dos depósitos compulsórios
dos próprios bancos, o que agora se revela uma mentira. Outra
constatação. Armínio Fraga, ex-funcionário do especulador
George Soros, foi guindado à Presidência do BC por sua "experiência"
de mercado. Ao que parece, das duas uma: ou ele "esqueceu"
a fórmula de se conseguir lucros com
instituições financeiras ou ainda não incorporou a função
de dirigente público (possibilidade, aliás, que o Jornal da
ASFOC previu que poderia acontecer), continuando a suar a
camisa para assegurar vantagens aos investidores privados.
Qual das duas possibilidades seria a mais real? Você decide!
A "punição" aos Magalhães
Pinto - O mesmo Banco Central que doou essa dinheirama
toda ao sistema financeiro, levou quatro anos (a liquidação
foi no início de 1996) para concluir o inquérito contra os
ex-donos do Banco Nacional, pertencentes à família Magalhães
Pinto. Por terem fraudados balanços durante 10 anos sob as
vistas sonolentas do próprio Banco Central, criarem centenas
de contas fantasmas para demonstrar um patrimônio que não
tinham e administrarem de forma criminosa a instituição (pondo
em risco os recursos arrecadados de milhões de correntistas),
o ex-Diretor-Presidente, Marcos Magalhães
Pinto, e o ex-Vice-Presidente e Diretor da Área Contábil,
Clarimundo Santanna, estão proibidos de exercer novas
atividades no Sistema Financeiro Nacional por 20 anos. Cadeia?
Que nada. Isso é coisa pra quem rouba galinha e comida em
supermercado. Com a decisão, o Governo só faz estimular novos
casos como o do Nacional. Um banqueiro sério (se é que existe)
pode forjar criminosamente um rombo de R$ 6,5 bilhões como
no caso do Nacional, mandar essa grana toda prum banco suíço
e fechar as portas. No máximo, ele estará impedido de fazer
isso de novo. E o Presidente ainda se diz "cansado da
impunidade" e com "asco da corrupção reinante no
País". Me engana que eu gosto...
FHC é tragicômico - Seria cômico
se não fosse trágico, mas na verdade é um escárnio, mesmo.
No mesmo dia (exatamente no mesmo dia !!!) em que divulgava
o melhor resultado nas contas públicas, com uma arrecadação
récorde, o Imperador Fernando Henrique anunciou um corte de
R$ 7,5 bilhões no Orçamento da União recém-aprovado pelo Congresso.
Só na saúde foram cortados R$ 1 bilhão. Justificativa das
autoridades do Império: criar "margens de segurança para
garantir o cumprimento da meta de superávit acertada com o
FMI". A Fiocruz teve guilhotinados de seu Orçamento nada
menos que R$ 6 milhões.
* Jornalista e Diretor Geral da ASFOC.
Retorna
Espaço Unifoc
O Centenário
da Fiocruz
Antonio Humberto da
Costa
Nós que fazemos parte do
dia-a-dia da União dos Aposentados da Fundação Oswaldo
Cruz - UNIFOC, não poderíamos deixar de partcipar das
solenidades do Primeiro Centenário da nossa Fiocruz,
pois, como sempre afirmamos, foi aqui que passamos mais
da metade de nossas vidas.
Para fabricar o soro antipestoso,
foi criado em 25 de maio de 1900 o Instituto Soroterápico
Federal, instalado na antiga Fazenda manguinhos e que
tinha na sua Direção Geral,o Barão de Pedro Afonsos
e na Direção Técnica, o jovem bacteriologista Oswaldo
Gonçalves Cruz.
A Pesquisa e o Ensino sempre
estiveram lado a lado, contudo, somente em meados dos
anos 20, surgiu, no Curso de Medicina da Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro, a Cadeira de Higiene e Saúde
Pública, dando origem ao ensino de saúde pública. Anos
mais tarde, foram criados os cursos de Departamento
Nacional de Saúde e os Cursos do Departamento Nacional
da Criança, que foram posteriormente incorporados à
Escola Nacional de Saúde Pública - ENSP.
A ENSP foi criada em 1954,
pela Lei 3012, com a principal finalidade do ensino
da Saúde Pública. Contudo, a própria Lei dizia que outras
entidades poderiam ser criadas e equiparadas a ENSP,
que somente em meados de 1959 passou a existir oficialmente.
A Lei 5019, de 1966, cria a Fundação Ensino Especializado
de Saúde Pública - FENSP, vinculada ao Ministério da
Saúde, com a ENSP sendo sua Instituição principal.
Com o movimento militar
de 1964, tanto o ensino como a pesquisa na ENSP e no
Instituto Oswaldo Cruz - IOC passaram a sofrer retaliações.
Não vamos tecer aqui nenhum comentário sobre os trágicos
acontecimentos no IOC e as sérias restrições ao corpo
Docente da ENSP, afinal de contas, ninguém ficou alheio
ao episódio conhecido como o "Massacre de Manguinhos".
A FENSP passou por várias
transformações, através de Portarias e Decretos, até
chegar a denominação de Fundação Oswaldo Cruz.
É salutar para todos que
vêm ou convivem em Manguinhos, o clima de amabilidade
existente entre todas as Unidades Técnicas. Muita coisa
mudou. A Ciência, o Ensino, a Pesquisa, a Tecnologia,
os Serviços dão bem a dimensão da Fiocruz do futuro.
E, se não bastasse, a Fundação é hoje totalmente informatizada,
estando ligada à Rede Internacional da Internet.
É dentro desse espírito
alegre e descontraído que nos sentimos, nesse momento,
parecendo a nós mesmos como se fôssemos aquelas crianças
que vêm nos visitar e passeiam descontraídas no Trenzinho
da Ciência pelo Campus de Manguinhos
Retorna
|
Balanço Patrimonial
Encerrado Em 31.12.1999 |
Valores Em R$
|
|
2.105.604,95 |
|
|
1.839.427,35 |
|
|
1.214.864,80 |
Caixa |
1.839,55 |
|
Bancos C/Movimento |
9.187,21 |
|
Aplicações Financeiras |
1.203.838,04 |
|
|
|
607.474,03 |
Adiantamentos |
15.408,30 |
|
Contas A Receber |
437.528,08 |
|
Deposito Judicial |
32.072,90 |
|
Adiantamento De Salários |
122.464,75 |
|
|
|
9.844,22 |
Material De Consumo |
6.116,93 |
|
Material Promocional |
3.727,29 |
|
|
|
7.244,30 |
Despesas Antecipadas |
6.185,61 |
|
Seguros A Vencer |
1.058,69 |
|
|
|
266.177,60 |
|
|
266.177,60 |
Moveis e Utensílios |
159.121,68 |
|
Deprec.Acum. Móveis e Utensílios |
(70.197,83) |
|
Veículos |
44.003,53 |
|
Deprec.Acum. Veículos |
(24.643,03) |
|
Moveis Utens. Subsede.salvador |
4.707,94 |
|
Deprec.Acum. Subsede Salvador |
(1.098,51) |
|
Moveis Utens. Subsede B.horizonte |
915,40 |
|
Deprec.Acum. Subsede B.Horizonte |
(228,50) |
|
Móveis Utens. Subsede Recife |
4.494,87 |
|
Deprec. Acum. Subsede Recife |
(514,27) |
|
Direito ao uso Linha Telefônica |
13.091,29 |
|
Programas e Sistemas |
8.837,11 |
|
Amortização Programas e Sistemas |
(5.578,58) |
|
Equipamentos de Informática |
41.054,37 |
|
Depreciação de Equip. de Informática |
(20.827,54) |
|
Benfeitorias |
173.447,12 |
|
Depreciação Acum.benfeitorias |
(60.407,45) |
|
|
|
(2.105.604,95 |
|
|
(403.380,60) |
|
|
(210.443,08) |
Contas A Pagar Diversas |
(33.762,95) |
|
Asfoc. Promoções |
(1.019,07) |
|
Receitas Antecipadas |
(175.661,06) |
|
|
|
(89.128,52) |
Salários A Pagar |
(88.763,78) |
|
Pensão Alimentícia |
(364,74) |
|
|
|
(1.885,65) |
Imposto De Renda Retido Na Fonte |
(1.885,65) |
|
|
|
(55.088,68) |
Inss A Pagar |
(40.213,60) |
|
Fgts A Pagar |
(12.716,22) |
|
Pis A Pagar |
(2.158,86) |
|
|
|
(46.834,67) |
Seguro De Vida A Pagar |
(39.573,58) |
|
Fioprev. Plano De Saúde |
(7.261,09) |
|
|
|
(1.702.224,35) |
Fundo Patrimonial Próprio |
(1.702.224,35) |
|
Reconhecemos a exatidão do presente balanço
geral totalizando no ativo e passivo R$ 2.105.604,95 (Dois
Milhões e Cento e Cinco Mil Seiscentos e Quatro Reais e Noventa
e Cinco Centavos).
Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1999
Alex Alexandre
Molinaro |
Maria Jurema
0rgal |
Demonstração
do Resultado do Exercício
Período de 01/01/99 a 31/12/99
|
|
|
Depto. Administrativo |
486.250,19 |
|
Depto. De Esportes |
24.160,90 |
|
Depto. Creche |
2.041.772,06 |
|
Depto. Sócio Cultural |
31.956,11 |
|
Depto. Comunicação E Divulgação |
2.625,00 |
|
Total |
2.586.764,26 |
|
|
|
|
Depto. Administrativo |
985.111,76 |
|
Depto. De Esportes |
134.433,25 |
|
Depto. Odontológico |
31.203,57 |
|
Depto. Creche |
1.714.958,44 |
|
Depto Sócio Cultural |
117.680,39 |
|
Depto. Comunicação E Divulgação |
120.810,97 |
|
Total |
3.104.198,38 |
|
Receitas/Despesas
Financeiras |
|
|
|
Receitas Financeiras |
264.917,24 |
|
Despesas Financeiras |
33.133,38 |
|
Total |
231.783,86 |
|
|
|
285.650,26 |
Parecer
do Conselho Fiscal
da Associação dos Servidores
da Fundação Oswaldo Cruz
Rio 26 de abril de 2000.
Às 13.00 hs do dia 26 de abril
de 2000, reuniram-se na sala de reuniões da Associação dos
Servidores da Fundação Oswaldo Cruz os senhores Maria do Carmo
de C.Miranda, Anna Beatriz de Sá Almeida, Antonio Vitor Labre,
Justa Helena B.Franco e Lúcia Helena da Silva, membros do
Conselho Fiscal eleito para o biênio 1999/2000 desta Associação.
Os Conselheiros, fazendo uso de suas atribuições, examinaram
o balanço da Asfoc referente ao exercício de 1999 e depois
de realizadas algumas considerações decidiram aprová-lo sem
restrições, recomendando sua publicação no Jornal da Asfoc.
Este
encarte é parte integrante do Jornal da ASFOC,
edição junho/julho/2000 |
Retorna
"O aniversário é de quem?"
ou "O galhardete
e a crise
de identidade institucional"
A idéia de escrever este artigo começou quando
minha mãe perguntou pelo telefone se o centenário era da FIOCRUZ
ou do Instituto Oswaldo Cruz. Achei estranha a pergunta, mas
respondi no ato: "Não, claro que o centenário é da FIOCRUZ.
Faço parte de um coral criado principalmente para este fim
e sempre ouvi falar dos festejos do centenário da instituição
FIOCRUZ, e não do IOC". O negócio complicou quando a
minha esposa comentou a mesma coisa: ela achava ter visto
muitos cartazes em Botafogo sobre o centenário do Instituto
Oswaldo Cruz. E para piorar, as mensagens oficiais que recebia
no meu mail convocando para as festividades da semana do centenário
passaram a vir como "centenário da FIOCRUZ e do Instituto
Oswaldo Cruz".
Marcelo Firpo de S. Porto*
Senti-me mal como servidor que se orgulha
do trabalho que faz e da instituição na qual trabalha.
Não que a instituição seja propriamente um paraíso na
Terra, e nem que todas as suas mazelas sejam originadas
apenas nas perversas políticas governamentais. Mas, graças
a Deus, pelo menos para mim, tais problemas ainda estão
longe de afetar a paixão que tenho pelo meu trabalho e
o respeito que nutro por esta instituição. Aliás, este
respeito inclui o próprio IOC, uma unidade de enorme importância
e competência.
A semana do centenário já passou, mas minha
intenção de discutir o tema é de ajudar a comunidade interna
da FIOCRUZ inclusive eu - a entender melhor quem somos.
Resolvi ir à Biblioteca Central conhecer melhor nossa história
e organizar as idéias. Lá chegando, fui muito bem recebido
e me foi dada uma caixa cheia de materiais históricos.
A questão fundamental que me proponho a responder
é: afinal de contas, de quem é o centenário? O nascimento,
crescimento e desenvolvimento de uma instituição pode ser
algo bem mais complicado de definir do que o aniversário de
uma pessoa. Uma instituição só existe enquanto conceito histórico,
e seu ciclo de nascimento, vida é morte é sempre um produto
da história. Por exemplo, o que tem a ver uma hipotética universidade
européia construída em 1300 com a do ano 2000? Certamente
nada ou quase nada, a não ser a área geográfica, a conservação
de algum prédio ou ruína tombada. Mas o mais importante deve-se
ao fato de haver um certo consenso de que a origem da atual
universidade remonta àquele tempo. Mesmo o nome pode ter sido
modificado várias vezes ao longo dos séculos. E quando se
comemora os 700 anos da universidade, não se comemora o aniversário
daquela parte original, que talvez já nem mais exista. Os
700 anos são apenas um marco da origem da universidade atual,
com muitas histórias que podem ser contadas ao longo desta
trajetória, que continuará a existir enquanto permanecerem
o próprio conceito de universidade e o lugar geográfico e
social que esta instituição ocupa.
Pensemos então na FIOCRUZ. Com o crescimento
das grandes epidemias que assolavam o país, o governo brasileiro
nomeou o jovem Oswaldo Cruz para dirigir o denominado Instituto
Soroterápico Federal, criado oficialmente em 25/05/1900. O
local do instituto se deu na antiga Fazenda de Manguinhos.
Em 1903, Oswaldo Cruz foi indicado também Diretor de Saúde
Pública pelo governo da época, fazendo da pesquisa em medicina
experimental, fundada por ele no Brasil, um suporte fundamental
para a implementação das políticas públicas de saúde daquela
época. Em 12/12/1907, o nome vira Instituto de Patologia Experimental
de Manguinhos, ou simplesmente "Instituto Manguinhos",
como ficou conhecido. Em 19/03/1909, com o sucesso das campanhas
realizadas de controle de epidemias e o avanço científico
sobre diversas doenças infecciosas, Oswaldo Cruz é homenageado,
passando o instituto a ter finalmente seu nome. Bem mais tarde,
em 1970, com a incorporação da Fundação Ensino Especializado
de Saúde Pública (FENSP), o nome da instituição passa a ser
Fundação Instituto Oswaldo Cruz. Finalmente, em 13/11/1974,
passamos a ter o nome atual de Fundação Oswaldo Cruz.
Logo, se o critério para se definir o aniversário
da instituição é o nome, o que, aliás, não é um bom critério
para definir a identidade institucional nem do atual IOC nem
da FIOCRUZ como um todo, o centenário do Instituto Oswaldo
Cruz deveria ser comemorado apenas dentro de alguns anos.
A ENSP, por exemplo, ainda deverá esperar mais 54 anos para
comemorar o seu centenário, quando possivelmente eu e vários
dos atuais pesquisadores não poderemos estar de corpo presente
nas festas que acontecerão, se assim for o destino.
Voltemos à questão essencial: quem era aquele
Instituto Soroterápico Federal, fundado em 1900, e que nove
anos após passou a se chamar de Instituto Oswaldo Cruz, possuindo
à época 1 diretor, 2 chefes de serviço e 6 assistentes, além
de pessoal administrativo, serventes e "moços de cavallariça"?
Era, em essência, desde o seu início, um instituto de saúde
pública voltado à pesquisa, produção e ensino direcionados
ao desenvolvimento de políticas e práticas de saúde pública
no país.
Pois bem, e quem é isso atualmente se não a
própria FIOCRUZ? Claro, houve um aumento da complexidade e
abrangência da Saúde Pública no planeta e no país em vários
níveis, envolvendo desde especialidades de conhecimento até
escalas e tecnologias de produção de vacinas e medicamentos.
Por isso surgiram e cresceram várias unidades técnicas, como
a ENSP, Bio-Manguinhos e Farmanguinhos, o INCQS, a Casa de
Oswaldo Cruz, entre outras.
A saúde pública moderna há muito não se restringe
ao paradigma biomédico das doenças transmissíveis do início
do século. Seu objetivo central aumentar a longevidade
e a qualidade de vida das populações se tornou um marco
das sociedades modernas e da própria democracia. Ao longo
do século XX, com o avanço da epidemiologia e das "ciências
da saúde", novas questões de saúde colocaram-se como
fundamentais na agenda política e científica da área: avaliação
e planejamento dos serviços de saúde, a incorporação das ciências
sociais e humanas, a saúde de grupos populacionais específicos,
campos como os da saúde reprodutiva, saúde mental, saúde ambiental,
saúde dos trabalhadores, e tantos outros envolvendo questões
como as doenças crônico-degenerativas e as mortes por causas
externas.
O desafio de Oswaldo Cruz em sua época de epidemias
foi vencido com o que ele possuía de mais avançado naquele
momento em bases científicas: a medicina experimental articulada
com a bacteriologia, a entomologia e outras especialidades
biomédicas ligadas às doenças infecciosas. Nenhuma especialidade
técnico-científica pode enfrentar isoladamente os atuais e
complexos problemas de saúde pública, principalmente na realidade
brasileira, ainda tão repleta de contrastes e desigualdades
sociais. O desafio do Oswaldo Cruz do século XXI, e por conseguinte
de toda a Fundação Oswaldo Cruz, é o de avançar com sabedoria
numa nova prática científica e política de saúde pública,
que tenham por base estudos integrados, interdisciplinares
e intersetoriais, que permitam diagnósticos e soluções abrangentes
dos complexos problemas de saúde pública do país. Esta é uma
tarefa de todos nós, sejamos do IOC, da ENSP, de Bio-manguinhos
ou qualquer outra unidade.
*Pesquisador da ENSP
Retorna
Diretoria da ASFOC
Álvaro Nascimento Diretor Geral
Rita Mattos Vice-Diretora
Leila Mello Diretora Secretária
Alex Molinaro Diretor Administrativo
Vânia Buchmuller Diretora Sócio-Cultural
Jorge Castro Diretor de Assistência
Mario Homem (Marinho) Diretor de Esportes
SUPLENTES
Rogério Valls de Souza
Else Bartholdy Gribel
Cristiane Moneró
Julio Bandeira de Melo
Nilma Valéria Ferreira
José Mendes Ribeiro
Marilene F. Costa
CONSELHO FISCAL
Antonio Vitor Labre
Justa H. Braga Franco
Maria do Carmo Miranda
Ana Beatriz Almeida
Lúcia Helena da Silva.
DEPARTAMENTO DE JORNALISMO
Tels: (21) 290-7347 598-4231
Editora: Simone Beja (Mtb 17664)
Repórter: Gustavo de Carvalho
Programacão Visual: Flávio Tavares
Impressão
Gráfica Folha Dirigida
As informações
contidas nos artigos assinados
e informes publicitários publicados são de inteira
responsabilidade de seus autores. |
Retorna |