Home
> Publicações
> Jornal
[23 e 24 de agosto de 2000]
Plenária Extraordinária
do
Terceiro Congresso Interno da FIOCRUZ
A posição da ASFOC
A convocação da Plenária Extraordinária do 30
congresso Interno da Fiocruz ocorre num momento extremamente
delicado na história do projeto de administração participativa
que tem marcado nossa Instituição nos últimos 15 anos.
Não são poucos os ingredientes que fazem com
que enfrentemos, de uma só vez, imensos desafios que exigirão
de cada servidor e dos dirigentes comprometidos com este processo
uma grande capacidade política e administrativa-gerencial,
a fim de que possamos ultrapassar uma série de dificuldades
colocadas em nosso caminho.
Por outro lado, ao mesmo tempo que devemos estar
cientes destes desafios, não é difícil enxergar que existem
condições concretas para que nossa Instituição cresça e assuma
cada dia com maior eficiência e eficácia seu caráter público,
estatal e estratégico, na busca de superar as imensas demandas
hoje colocadas pela sociedade.
Entre os ingredientes que tornam delicado este
momento está a indefinição do processo de aprovação do Estatuto
da Fiocruz (que enfrenta contestações a alguns pontos por
parte da Casa Civil da Presidência da República); a elaboração
de um Regimento Interno que contemple os avanços democráticos
conquistados por nossa comunidade há mais de uma década (em
particular a indicação de dirigentes pela comunidade); a qualificação
da Fiocruz como Agência Executiva Estratégica de Estado num
modelo inédito e que não se acopla a nenhuma das alternativas
até agora instituídas tanto pelo antigo MARE como pelo Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão (atual órgão responsável
pela Reforma do Estado); a inserção da figura do Contrato
de Gestão (que passaria a regular a relação da Fiocruz tanto
com as unidades que a compõem como com o Governo Federal);
a implementação de órgãos colegiados de controle social/fiscalização
sobre os objetivos e metas institucionais e finalmente a proximidade
do processo eleitoral para indicação pela comunidade do futuro
Presidente da Fiocruz, por meio de uma lista tríplice.
Como se vê, por trás do tema "Modelo de
Gestão" está o futuro do modelo arduamente construído
por nós e por aqueles que, de dentro e de fora da Fiocruz,
enxergam esta Instituição como um exemplo de comprometimento
com o interesse público, tão secundarizado nos últimos anos.
Nosso desafio, ao debater o futuro da Fiocruz,
é enfrentar a onda neo-conservadora que tem sido responsável
pelo sucateamento da máquina pública, pela manutenção da enorme
distância na qualidade de vida entre nações e populações ricas
e pobres; e por uma transferência de recursos da União para
as instituições financeiras nacionais e internacionais jamais
vista na nossa história.
Construir a Agência Executiva Fiocruz Pública
e Estratégia é uma tarefa árdua e difícil, que só se viabilizará,
na opinião da Asfoc, com o aprofundamento do processo de participação
interno e das instituições representativas da sociedade brasileira,
tão carente das conseqüências e do resultado de nosso trabalho.
O "fim"do
Governo FHC
Fernando (Henrique) / que amava
Eduardo (Jorge) / que amava Nicolau (dos Santos Neto) / que
amava Luis (Estevão) / que amava outro Fernando (o Collor).
Não bastasse a implementação de uma política econômica absolutamente
subordinada aos ditames e interesses do mercado financeiro
tanto nacional quanto internacional (beneficiados com a transferência
a título de juros extorsivos e encargos de US$ 72 bilhões
de dólares do orçamento público em 1998 e de US$ 127 bilhões
em 1999); não bastasse a falta de prioridade nas políticas
públicas voltadas para o desenvolvimento do País que pelo
menos recuperasse os mais de oito milhões de postos de trabalho
fechados em todo País nos anos de Governo FHC; não bastasse
a destruição do patrimônio público através de um programa
tão suspeito quanto selvagem de privatização a baixo preço
das empresas públicas; e se não bastasse a ausência do mínimo
de regulação e capacidade de governança nas áreas de energia,
telecomunicações, transportes, portos, siderurgia e outras
transferidas à iniciativa privada, o Governo apressa o seu
final envolvido em crescentes denúncias de corrupção, que
a cada dia mais se aproximam da figura do próprio Presidente
da República.
Não é um exagero identificar várias semelhanças
entre o tráfico de influência, a promiscuidade entre o setor
público e privado ou a pura e simples corrupção do esquema
PC Farias no Governo Collor com o esquema Eduardo Jorge. O
homem de confiança de FHC gerenciava antes e depois de sair
do Governo a contratação, sem licitação, de empresas onde
tinha interesses como sócio ou atuava como lobista, a liberação
de recursos para obras superfaturadas como as do TRT de São
Paulo, a indicação de Juízes para votarem de acordo com "os
interesses do Plano Real", tudo isso com a desenvolvura
e a infra-estrutura da sala contígua ao do Presidente e contando
com o respaldo do cargo de ex-Secretário Particular de FHC
por mais de 15 anos, caixa de campanhas eleitorais e depois
de Secretário Geral da Presidência. Só falta o pagamento de
uma "Elba" ou de obras num "Jardim da Casa
da Dinda" para ligar a figura de FHC ao esquema. Mas
hoje o Presidente já está condenado, no mínimo, por omissão,
apesar da política do "abafa" levada à frente pela
"tropa de choque" do Planalto dentro do Congresso,
contando com o apoio explícito e engajado da maior parte da mídia,
aliás exatamente como ocorreu no início das denúncias contra
Collor.
A desmoralização de FHC faz com que a figura
do Presidente tenha conceito bom e ótimo em apenas 19% da
população (o índice chegou a 13% em junho), de acordo com
pesquisa de opinião realizada em agosto. Logo, de cada cinco
brasileiros, apenas um aprova a política de FHC.
Essa rejeição, entretanto, não parece incomodar
nem é capaz de alterar as políticas macroeconôminicas levadas
adiante pelo Ministro da Fazenda, Pedro Malan; pelo Presidente
do Banco Central, Armínio Fraga e demais "autoridades
econômicas", que parecem governar (plageando o genial
Luis Fernando Veríssimo) "pouco preocupados com nossas
carências, mas muito atentos ao que o Wall Street Journal
vai pensar de nós".
A lógica fiscal sustentada pela moral dominante
é que um eventual enfrentamento com os ditames de Washington
D.C. é muito mais importante que a fome, a miséria, o desemprego,
a falta de acesso à terra e a manutenção de milhões de analfabetos
na entrada do milênio, componentes mais perversos do caos
social e econômico que fazem do Brasil um caldeirão onde a
violência rural, urbana e a concentração de renda batem recordes
mundiais, fazendo com que nos situemos entre os países mais
atrasados do mundo em qualidade de vida, apesar de sermos
a nona economia do mundo e de nosso fantástico potencial humano,
tecnológico e geográfico, capaz de nos transformar numa Nação
socialmente mais justa e avançada.
Mas para isso acontecer, seria necessário uma
guinada radical justamente na ótica fiscal que dá o tom
às políticas de governo, o que parece impossível diante da
impermeabilidade às críticas, a arrogância e, em última análise,
aos resultados trágicos que diariamente essa política provoca
no dia-a-dia dos brasileiros.
Após sete anos (o último do Governo Itamar como
Ministro da Fazenda e os quase seis anos na Presidência de
FHC) esta política econômica se mostra comprovadamente ineficaz,
sem atender às demandas mínimas da sociedade. Mesmo em áreas
socialmente eleitas como importantes pelo Governo Federal
- como é o caso do setor de medicamentos - a alocação de recursos
demonstra claramente a ordem de prioridade ditada pela macroeconomia.
Um exemplo apenas para ficar na área da saúde:
para reequipar, modernizar e tornar mais eficientes apenas
seis dos 15 laboratórios oficiais produtores de medicamentos,
o Governo FHC destinou R$ 30 milhões, apesar de saber que
esta quantidade de recursos é irrisória frente às necessidades
do setor e os desafios que tem pela frente. Pois esta quantia
representa a quinquagésima parte (isto é, 50 vezes menos)
do que foi usado para salvar o Banco Marka do criminoso foragido
Salvatore Cacciola, quando foram queimados R$ 1,5 bilhão para
evitar a "quebra" de um "boteco" que vivia
da especulação financeira, não possuía uma só agência, criava
três empregos (o do contínuo, o da secretária e o de um corretor
de plantão) e não produzia um só parafuso em benefício da
sociedade. Conclusão: quando a ótica é fiscal, quem paga a
conta é a sociedade e quem se beneficia são os amigos do rei.
No momento de falência incontestável deste modelo,
se coloca a necessidade de se retomar - com competência, capacidade
de mobilização dos mais variados setores sociais e o sentimento
de cidadania que sempre caracterizaram a comunidade da Fiocruz
- a luta em defesa de um serviço público que responda às necessidades
do País e de seu povo. O esforço de construir uma Fiocruz
pública, estatal e estratégica é a nossa contribuição no caminho
de resgatar a dignidade e o direito à cidadania da população
brasileira, que ainda se orgulha e reconhece o papel essencial
desta Instituição na melhoria de sua qualidade de vida.
A DIRETORIA
Agência Fiocruz: uma adesão propositiva
e progressista à Reforma do Estado |
No processo de adesão propositiva à Reforma
de Estado (já aprovada na Plenária passada) é essencial demarcarmos
alguns pontos que traduzem o que é a Fiocruz e que nos últimos
anos tem denominado de nossas cláusulas pétreas. Ser uma instituição
pública e estatal; garantindo o compromisso social que é sua
marca; assegurar a existência de uma gestão democrática; buscar
eficiência e eficácia gerencial e manter a sua integralidade
institucional são princípios dos quais não podemos abrir mão,
na medida em que são essenciais para se construir a Fiocruz
que queremos, voltada para atender a demanda da sociedade.
Mas qual deve ser nossa estratégia para chegar a isso? A Asfoc
apresenta à Comunidade da Fiocruz a sua visão de como construir
este processo, no sentido de contribuir para o debate.
Para a Asfoc, podemos resumir em quatro pontos
os problemas que a Fiocruz enfrenta e que tem nos levado à
busca de alternativas de modelo de gestão:
1. A administração da Fiocruz prioriza os processos
relativos às áreas onde a instituição atua e não os resultados
alcançados por elas.
2. É preciso, por isso, buscar uma maior flexibilidade
na gestão, seja na área de compras de produtos, serviços ou
na delicada gestão de recursos humanos, com seus mecanismos
de responsabilização, premiação, punição, demissão e admissão
de pessoal.
3. Para superar estes desafios, propõe-se a
introdução do mecanismo do Contrato de Gestão, que a partir
de metas claras passaria a criar parâmetros de eficiência
tanto institucionais como em relação aos recursos humanos.
4. Manter, numa administração gerencial que
substitua a burocratizada, cláusulas que dão a tônica ao papel
social da Fiocruz: seu conteúdo público e estatal, a administração
participativa e o controle social.
No modelo de Agência que viermos a propor, queremos
ver contempladas questões como um Plano de Carreira que equacione
as necessidades da Fiocruz e financiamento permanente que
respeite as metas fixadas no Contrato de Gestão
Na verdade, por incapacidade
de negociação política e talvez por não acreditarmos no potencial
de mobilização da Fiocruz, ficamos muito longe de esgotar
todas as possibilidades de conjunção de forças em prol do
modelo de Agência aprovado tanto no 2º e como no 3º Congresso
Interno.
Por resistências no interior do Governo, fomos
incapazes de priorizar a busca de novos atores que não apenas
interferissem no processo de transformação da Fiocruz em Agência,
mas se somassem a nós na construção deste modelo.
Estes atores - que ainda hoje devem ser chamados
para participar do processo - se conformam no Conselho Nacional
de Saúde (órgão máximo de planejamento e controle da política
de saúde no País), no Conselho Nacional de Se cretários Municipais
de Saúde (canal privilegiado para se buscar o apoio junto
às principais prefeituras), no Conselho Nacional de Secretários
Estaduais de Saúde (outro canal privilegiado para se chegar
aos governadores de estado), na Associação dos Laboratórios
Farmacêuticos Oficiais do Brasil (Alfob), na rede de laboratórios
públicos de controle de qualidade espalhados pelo País, nas
comissões de saúde e de ciência e tecnologia do legislativo
federal, estadual e municipal, no Ministério Público (este
novo e poderoso agente de disseminação do direito à saúde),
nos Procons e outras instituições que lidam com saúde e que
serão beneficiadas de forma direta pela Fiocruz pública, estatal,
estratégica, eficiente e eficaz que queremos construir.
Vitorioso o processo de transformação em Agência,
estes setores agora chamados a construir a Fiocruz do futuro
farão parte do arco de instituições capazes de realizar o
"controle social" necessário, na medida em que são,
em última análise, nossos parceiros em praticamente todas
as áreas de atuação da Fiocruz.
Pergunta-se: é concebível a construção deste
arco de interesses em torno da Fiocruz? É factível que este
arco consiga pactuar com o Executivo, hoje representado por
José Serra, este novo desenho institucional, apesar das eventuais
resistências da área de Planejamento? É possível interagir
com o Legislativo Federal na busca da construção de um texto
legal que viabilize nossa proposta? A Asfoc acha que sim,
desde que tenhamos um correto entendimento do papel que a
Fiocruz tem a cumprir no Estado, competência para costurar
essas alianças e coragem para os inevitáveis enfrentamentos
que hão de surgir.
Só para citar um exemplo que nos anima a iniciar
a caminhada, entre 1997 e 1998 um conjunto de entidades sindicais
da área de C&T (incluindo a Asfoc) conseguiu construiu
- apesar de submetido ao fogo cruzado permanente do antigo
MARE - um arco de alianças no Executivo e no Legislativo (que
foi da Casa Civil da Presidência da República a Antonio Carlos
Magalhães) que viabilizou a criação de uma Gratificação para
a carreira que se imaginava impossível, dada a conjuntura
de enxugamento dos gastos públicos, a resistência do Governo
à existência da carreira em si e até a resistência de setores
da área de C&T que rejeitavam a proposta. Mas apesar disso
criamos a GDCT.
Outro exemplo: neste ano, quando o Governo endurecia
com o conjunto dos servidores em greve, a partir de uma ampla
mobilização do Fórum de Entidades Sindicais da área de C&T
conseguimos não apenas barrar uma Medida Provisória que propunha
uma recomposição salarial excludente e que derrubava os alicerces
do Plano de Carreira, mas construir uma mesa de negociação
que levou a uma vitória salarial parcial mas importante.
Assim, devemos olhar de forma mais atenta para
instrumentos como a Emenda Constitucional 19, de 5 de junho
de 1998, que altera - na ótica da Agência aprovada pelo 2º
Congresso Interno - a organização da administração pública
brasileira.
A Emenda 19 cria o Parágrafo 8 no Artigo 37
da Constituição ao definir que: "A autonomia gerencial,
orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a
ser firmado entre seus administradores e o poder público,
que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para
o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo
de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação
de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes; III - a remuneração do pessoal".
A Emenda desobriga, ainda, a adoção do RJU como
único mecanismo de gestão de recursos humanos, fixa requisitos
diferenciados para admissão de servidores, flexibiliza procedimentos
dos concursos públicos (que podem considerar a natureza e
complexidade do cargo ou emprego) e abre a possibilidade da
adoção de contratos de gestão como forma de se medir eficiência
e ao mesmo tempo garantir a alocação de recursos.
É verdade que a Emenda 19 depende de regulamentação
a ser aprovada pelo Legislativo através de uma Lei Complementar.
Mas o esforço para que isso ocorra é o mesmo que precisaria
ser feito se fôssemos negociarmos qualquer forma híbrida ou
mista que altere a atual figura jurídica da Fiocruz. Só que
naquele caso estaremos assegurando a manutenção do perfil
público, estatal e estratégico do conjunto da Fiocruz, sem
abrirmos espaço para o risco que significa implantarmos a
lógica econômica perversa (que dá a tônica ao conjunto das
iniciativas do Governo), numa instituição construída e mantida
há cem anos com recursos públicos.
Diretoria da ASFOC
Álvaro Nascimento Diretor Geral
Rita Mattos Vice-Diretora
Leila Mello Diretora Secretária
Alex Molinaro Diretor Administrativo
Vânia Buchmuller Diretora Sócio-Cultural
Jorge Castro Diretor de Assistência
Mario Homem (Marinho) Diretor de Esportes
SUPLENTES
Rogério Valls de Souza
Else Bartholdy Gribel
Cristiane Moneró
Julio Bandeira de Melo
Nilma Valéria Ferreira
José Mendes Ribeiro
Marilene F. Costa
CONSELHO FISCAL
Antonio Vitor Labre
Justa H. Braga Franco
Maria do Carmo Miranda
Ana Beatriz Almeida
Lúcia Helena da Silva.
DEPARTAMENTO DE JORNALISMO
Tels: (21) 290-7347 598-4231
Edição e Editoração Eletrônica: Álvaro Nascimento
Fotografias: André Telles
Impressão: Gráfica Folha Dirigida
As proposta
aqui contidas foram objeto de discussão na
Diretoria da ASFOC e no "Grupão", fórum
que reúne o
conjunto da militância da Associação. |
As propostas
da ASFOC
1
Adesão propositiva ao Plano de Reforma do Estado, através
da qualificação da Fiocruz como Agência Executiva de Estado
de caráter público, estatal e estratégico, garantindo o compromisso
social que é a sua marca e assegurando a existência de uma
gestão democrática, buscando eficiência e eficácia gerencial
e mantendo a sua integralidade institucional como princípios.
2
Reafirmar as cinco cláusulas pétreas que caracterizam e justificam
a existência da Fiocruz:
a) Ser uma Instituição pública e estatal (portanto, estratégica
para o Estado).
b) Manter a sua integralidade institucional.
c) Reafirmar o seu compromisso social.
d) Assegurar uma gestão democrática e participativa, com controle
social.
e) Garantir mecanismos que assegurem a eficiência e eficácia
gerencial.
3
Esgotar os mecanismos de pactuação com o Estado desta nova
forma de ser da Fiocruz, que respeite suas cláusulas pétreas.
No modelo de Agência que viermos a propor, além das flexibilidades
gerenciais necessárias à busca de maior eficiência e eficácia,
queremos ver equacionadas questões como um Plano de Carreira
que contemple as necessidades da Fiocruz e financiamento permanente
que respeite as metas fixadas no contrato de gestão.
4
O Conselho Deliberativo da Fiocruz deverá, num prazo de 30
dias, criar e nomear os integrantes de um Grupo de Trabalho,
para assessorar a Presidência e o próprio CD, com o objetivo
de construir um amplo arco de apoio à viabilização política
desta proposta. O GT será presidido por um membro do CD-Fiocruz
e deverá atuar nas seguintes áreas na busca de apoio à Agência
Fiocruz:
1. Parlamento (Lideranças partidárias, senadores, deputados
federais e estaduais, vereadores, comissões de saúde e de
ciência e tecnologia da Câmara, Senado e Assembléias Legislativas).
2. Conselho Nacional de Saúde, Conass, Conasems, Idecs, Procons,
Alfob, Lacens.
3. Sociedade Civil Organizada (CNBB, OAB, ABI, centrais sindicais,
SBPC, Ministério Público, etc.)
4. Mídia (Jornais, revistas, televisões, rádios, etc.)
5. Poder Executivo (Presidência da República, Governadores
de Estado, Ministros da Saúde, Ciência e Tecnologia, Planejamento,
Gabinete Civil, Indústria e Comércio, Educação, Defesa, etc.)
5
Propor a assinatura de um Contrato de Gestão, após a efetiva
implementação da Agência Fiocruz, com o Ministério da Saúde,
onde estarão contemplados, por um lado, os objetivos e as
metas a serem alcançadas pela Agência em curto, médio
e longo prazo; e de outro os compromissos do Governo com a
manutenção e implementação da Agência Fiocruz, contemplando
as flexibilizações do ítem 3.
6
A saída para superar a "colcha de retalhos" em que
se transformou o regime de contratação na Fiocruz deve priorizar
a realização de concurso público para suprir o quadro ideal
de servidores. Em caráter emergencial, deve ser implementada
uma política de Recursos Humanos com mecanismos que contemplem
os diferentes quadros de pessoal existentes atualmente, fixando
limites rígidos ao atual formato de sub-locação de mão-de-obra,
a partir de regras universais para o conjunto da Instituição,
num processo gradativo de extinção destes vínculos.
7
Flexibilidade para definir a política salarial para o regime
de pessoal que vier a ser adotado, cumprindo as decisões da
primeira Plenária do 30 Congresso Interno.
8
Garantir o financiamento do Plano de Objetivos e Metas e a
manutenção do quadro de pessoal, pelo Tesouro, implementando
estratégias de captação de recursos adicionais via convênios,
projetos, oferta de produtos e serviços, através de mecanismos
institucionais. Esta captação deve ser regulamentada de forma
democrática pelas instâncias colegiadas da Instituição, respeitada
a sua missão institucional.
9
Acelerar o processo interno de descentralização para assegurar
autonomia e flexibilidade de gestão, respeitadas as diversas
lógicas institucionais e as diretrizes e políticas gerais
da instituição, nas áreas de Ensino, Pesquisa, Produção e
Desenvolvimento Tecnológico, Assistência e Serviços de Referência.
10
Convocar a Plenária Extraordinária do Congresso Interno assim
que houver uma definição do Governo em relação à proposta
de criação da Agência Fiocruz e à proposta de Estatuto e Regimento
Interno.
11
O próximo Presidente da Fiocruz deverá convocar o 40 Congresso
Interno em seu primeiro ano de mandato, onde devem ser discutidos
o encaminhamento das proposições desta plenária relativo a
modelo de gestão e diretrizes institucionais.
12
Em relação às atribuições e à composição dos órgãos colegiados,
a Asfoc defende a manutenção da deliberação do 20 Congresso
Interno:
1. Constituição do Conselho Superior como órgão de Controle
Social, conforme Estatuto atualmente em negociação com o Governo,
com a sua composição sendo indicada pelo Conselho Nacional
de Saúde e nomeada pelo Ministro da Saúde, sendo integrado
por membros não pertencentes ao quadro de servidores da Fiocruz,
devendo contemplar representantes do poder público, personalidades
de notório saber da área Técnico-Científica, representantes
do Sistema Único de Saúde, da área de C&T e de usuários
da Instituição, além do Presidente da Fiocruz, com direito
a voz.
2 - Manutenção das atribuições do Congresso Interno para a
definição do Projeto Institucional e da estrutura organizacional
e política da Fiocruz (Estatuto, Regimento e forma de indicação
dos dirigentes), com sua composição sendo formada por servidores
da Fiocruz, servidores cedidos com mais de um ano de cessão
formal, servidores em exercício de cargo de comissão (DAS)
com mais de um ano de atividade na Fiocruz; alunos, bolsistas
PAP, pesquisadores ou professores visitantes e os membros
natos (CD/Fiocruz e Ex-Presidentes).
3 - O Conselho Deliberativo permanece como um órgão de deliberação
sobre as políticas institucionais e a programação das atividades,
acompanhamento e avaliação do desempenho das Unidades, destituição
de seus diretores nos casos previstos pelo Estatuto, entre
outras atribuições, sendo integrado pelo Presidente da Fundação,
pelos Diretores eleitos das Unidades Técnico-Científicas e
por um representante da Associação de Servidores da Fundação
Oswaldo Cruz (Asfoc), com direito a voto e pelos Vice-Presidentes,
dirigentes das Unidades Técnico-Administrativas e Técnicas
de Apoio e titulares dos órgãos da Presidência, com direito
a voz.
13
O processo eleitoral para a Presidência da Fiocruz e dirigentes
de unidades técnico-científicias deverá manter as normas vigentes,
com eleição por voto direto para a elaboração da lista tríplice,
mantendo-se o atual colégio eleitoral composto por : servidores
da Fiocruz; servidores cedidos de outras instituições públicas
com mais de um ano de atividade na Fiocruz; e servidores ocupantes
de cargos de confiança com mais de um ano de atividade na
Instituição.
Retorna
|